A Psicodermatologia é o resultado da fusão de duas áreas aparentemente não relacionadas. A psicologia pertence ao exame dos processos mentais, que se manifestam internamente. Já a Dermatologia diz respeito ao tratamento de doenças da pele, que são externamente manifestadas. Deste modo, estas diferentes abordagens se correlacionam através do psíquico e o somático onde trás as variáveis relacionais do comportamento, pensamentos, emoções e o corpo, onde a interação entre estas duas áreas ajudam os portadores de doenças dermatológicas a lidar com os sintomas de estresse psicossocial na exacerbação das manifestações sintomatológicas.

Atualmente, as doenças dermatológicas crônicas vêm sendo estudadas não apenas do ponto de vista físico, mais também no aspecto emocional. Vale ressaltar, que os aspectos psicossociais implicados nas dermatoses também estão sendo pesquisados de forma multidimensional. Devido sua intensidade relacionada às características sociodemográficas, personalidade e valores dos indivíduos. Uma vez que, surge mediante a compreensão e significância do sujeito sobre seu distúrbio de pele.

Na literatura vigente, podemos observar que as doenças de pele fazem parte de um grupo denominado Psicodermatoses, onde incluem-se, psoríase, vitiligo, dermatite atópica, dermatite seborreica, líquen simples crônico, urticária, acne, rosácea, alopecia areata, herpes simples, desidrose e hiperidrose.

Assim sendo, alguns autores tem discutido que fatores emocionais e eventos estressores possuem um grande impacto nas doenças dermatológicas, aparecendo em maior ou menor grau tanto no surgimento como no agravamento das Psicodermatoses. Percebem-se que o próprio impacto, entre os aspectos desfigurantes, havendo muitas vezes a cronicidade de algumas delas podendo desencadear estresse por si só e trazer prejuízos importantes para a qualidade de vida.

Em síntese, a Psicodermatologia abrange os saberes médicos e psicológicos no tratamento de dermatoses que exibem fatores de risco a partir de determinantes psicológicos. Para tal fim é considerável entender os quadros psiquiátricos presentes nas doenças dermatológicas, desse modo, durante as discussões dos casos, em equipe interdisciplinar, pode surgir estratégias eficazes devido a diversidade dos sintomas que cada indivíduo pode apresentar, gerando assim uma melhor terapêutica e o estabelecimento de uma melhoria na qualidade de vida ao paciente.

Em conclusão, grande parte dos pacientes acometidos por Psicodermatoses. podem ser categorizados em quatro tipos de diagnósticos: ansiedade, depressão, psicose e TOC. A gestão de tratamento inclui drogas psicotrópicas padronizadas, efeito placebo, terapia cognitivo-comportamental, biofeedback e hipnose. Desse modo, o alinhamento entre as terapêuticas farmacológico e não farmacológicas, se fazem bastantes relevantes para melhora clínica dos pacientes, além de prolongar os períodos de remissão dessas afecções.

REFERÊNCIAS

RODRIGUEZ-CERDEIRA, C. et al. Psychodermatology: Past, Present and Future. The Open Dermatology Journal, v. 5, n. 1, p. 21–27, 26 out. 2011.

SILVA, A. K. DA; CASTOLDI, L.; KIJNER, L. C. A pele expressando o afeto: uma intervenção grupal com pacientes portadores de psicodermatoses. Contextos Clínicos, v. 4, n. 1, p. 53–63, jun. 2011.

SILVA, D. DA et al. Pesquisas em Psicodermatologia no Brasil: Uma revisão integrativa de literatura. Faculdade Sant’Ana em Revista, v. 2, n. 1, p. 16–30, 31 jul. 2018.

YADAV, S.; NARANG, T.; KUMARAN, M. S. Psychodermatology: a comprehensive review.Indian Journal of Dermatology, Venereology and Leprology, v. 79, n. 2, p. 176–192, abr. 2013.

Autora: Mara Dantas Pereira
Graduanda em psicologia pela Universidade Tiradentes – UNIT, Aracaju/SE - Brasil.
E-mail: maradantaspereira@gmail.com