A ansiedade de separação é o nome atribuído ao sentimento de uma criança quando ela nota que está afastada dos pais - ainda que seja por poucos instantes. Ela faz parte do desenvolvimento e costuma ter seu pico entre o 10º e o 18º mês de vida. O início, no entanto, pode ser bem antes: já a partir do 4º mês, quando o bebê começa a perceber que a mãe é uma pessoa distinta dele, apesar de depender dela inteiramente, e isso se transforma em um temor de que ela desapareça ou o abandone.

É comum que o bebê chore quando a mãe sai de seu campo de visão. "Se ficar muito tempo longe da mãe, ele pode até apresentar alguns sintomas, como falta de apetite, irritação ou mesmo um leve resfriado", explica Eliana Marcello De Felice, professora do curso de psicologia do Centro Universitário São Camilo.

A ansiedade só diminui quando a criança compreende que a mãe sai de casa, mas volta e que a despedida não é definitiva. Até seu filho chegar lá, uma boa dose de paciência será necessária. Se você está enfrentando essa situação em casa, mantenha a calma. Em cada fase, existem estratégias que você pode usar para ajudar o bebê a superar esse medo. Veja como:

De 4 meses a 1 ano

- Não deixe o bebê sob os cuidados de alguém com quem ele não está acostumado a conviver. Certifique-se antes de que eles estão à vontade um com o outro e estabeleceram um vínculo. Enquanto isso não acontece, fique por perto durante as interações. Se estiver com alguém de que gosta e em quem confia, o bebê deve se sentir menos ansioso.

- Quando a criança começar a engatinhar, pratique ficar um pouco afastada dele dentro de casa. Deixe que ele vá sozinho até um cômodo seguro e espere alguns minutos para ir atrás. O processo de separação é mais fácil quando é iniciado por ele.

- Aposte em brincadeiras de "esconde-esconde" como, por exemplo, aquelas em que alguém cobre o rosto e reaparece. Isso ajuda o bebê a lidar, por meio de um jogo, com suas ansiedades de separação.

Entre 1 e 2 anos

- Nessa fase, a criança já tem um domínio maior da linguagem. Então, é importante explicar que você vai voltar quando precisar se ausentar. Lute contra o impulso de sair de fininho e sempre se despeça, por mais difícil que seja. Acredite, a situação é pior se você simplesmente desaparecer.

- Tente manter um clima agradável e tranquilo na hora da despedida. Pense que a cada ‘adeus’ seu filho se torna mais independente e capaz de interagir com o mundo!

Depois dos 2 anos

- Nessa etapa, as crianças costumam ficar sozinhas por períodos mais longos e tendem a reagir melhor a isso. Mesmo assim, se seu filho apresenta sinais de ansiedade, comece aos poucos, por exemplo, ficando vinte minutos afastada e aumente o tempo gradualmente.

- Se seu filho reluta ao ser deixado na escola, experimente deixar com ele seu brinquedo favorito, caso seja permitido pela instituição. O objeto deve ajudá-lo a se sentir mais seguro e confiante.

- O natural é que, com o passar do tempo, esse tipo de ansiedade diminua cada vez mais. Crianças não devem ser excessivamente preocupadas ou apreensivas, nem apresentar frequentemente dores de cabeça, náuseas, vômitos, falta de ar, diarreia, palpitações, dificuldade de concentração, agressividade ou medos em excesso. Se isso estiver acontecendo e se você perceber algum tipo de associação a situações específicas como a separação dos pais é bem provável que ela esteja sofrendo de Distúrbio da Ansiedade de Separação. Nesse caso, o mais recomendado é procurar a ajuda profissional de um psicólogo.

Fonte do texto e da imagem: Revista Crescer