Autor: Rita Castanheira Alves

A ansiedade de separação é encarada como uma característica que faz parte do desenvolvimento infantil e refere-se às preocupações da criança ou dos pais relativamente à perda de outros significativos na sua vida.

Só que por vezes a ansiedade de separação que seria esperada torna-se excessiva e prejudicial na vida da criança. Nesses casos pode estar-se perante uma Perturbação de Ansiedade de Separação.

A perturbação da ansiedade de separação pressupõe na sua essência uma ansiedade excessiva relativamente à separação de casa ou daqueles a quem a criança está ligada.

E quais os sinais de alerta da perturbação da ansiedade de separação?

As crianças que podem estar a vivenciar esta perturbação podem manifestar alguns dos seguintes sinais durante pelo menos 1 mês:

– Um mal-estar excessivo quando antecipam ou ocorre a separação de casa ou de figuras de maior vinculação;

– Preocupação excessiva pela possível perda das principais figuras de vinculação ou por possíveis males que possam acontecer a essas pessoas;

– Preocupação excessiva com a possibilidade de que um acontecimento adverso possa levar à separação de uma importante figura de vinculação;

– Resistência persistente ou recusa em ir à escola ou a outro local por medo da separação;

– Uma resistência ou medo persistente e excessivo em estar em casa sozinho ou sem as principais figuras de vinculação, ou noutros locais, sem adultos significativos;

– Recusa em adormecer sem estar próximo de uma importante figura de apego ou em adormecer fora de casa;

– Pesadelos repetidos que envolvem o tema da separação;

– Queixas repetidas de sintomas físicos (como dores de cabeça, dores de estômago, náuseas, vômitos) quando ocorre ou se antecipa a separação em relação a figuras importantes a quem está muito ligado.

E que motivos leva a que a angústia de separação normativa se possa transformar em perturbação?

São diversos os motivos que estão na origem e na manutenção da perturbação da angústia de separação, entre eles:

– Grande instabilidade familiar;

– Dificuldades sérias e prolongadas de adaptação a novos contextos (como entrada no Jardim-de-Infância);

– Mudanças bruscas e excessivas na vida da criança;

– Ansiedade excessiva dos cuidadores, criando contextos de desenvolvimento de superproteção e menor autonomia para as crianças;

– Permissividade excessiva e contextos de exigência excessiva de autonomia e de independência.

E há soluções?

Há. Em primeiro lugar respirar com a maior tranquilidade possível com a garantia de que há soluções:

– A diminuição da ansiedade por parte das figuras parentais e outras figuras significativas é essencial para que a própria criança se sinta segura e confiante;

– Transmita-lhe confiança, um contexto tranquilo, com rotinas e regras;

– Tente perceber o que poderá estar na origem da ansiedade de separação e o que a está a manter e procurar solucionar se assim for possível;

– Ajude a criança a sentir-se capaz de enfrentar o que teme e ajude-a a gerar estratégias para lidar com o que está a sentir;

– Mostre-lhe gradualmente que consegue ficar sozinha e que a mãe/pai irão sempre voltar para a buscar onde quer que ela esteja;

– Sempre que a deixar no Jardim-de-Infância ou outro lugar não desapareça de imediato, dê-lhe um beijinho ou um abraço de despedida, dizendo-lhe tranquilamente que voltará no final do dia;

– Os momentos que passarem juntos procure que sejam de tranquilidade, alegria e de atenção à criança;

– Lembre-se da sua própria ansiedade e de como é importante que a tente controlar;

– Se precisar de apoio não hesite em contactar um psicólogo infantil, poderá ser essencial para que possa da melhor forma possível superar com o seu filho esta situação.

Fonte do texto: psicologia.com/ansiedade-de-separacao/" target="_blank">Oficina de psicologia

Fonte da imagem: Papo de Mamãe Amélia