A bipolaridade é um transtorno que, às vezes, por falta de conhecimento de um determinado grupo ou comunidade pode ser prejudicial tanto para quem tem quanto para aqueles que constituem parte do convívio social, resultando em preconceito e despreparo para lidar com a situação.

Segundo o Psiquiatra Elie, o transtorno é caracterizado por dois sistemas, a depressão e a mania. Na depressão, basicamente o indivíduo se sente fraco e, nos casos mais graves, há tentativas de suicídios. Já na mania, o sujeito sente muita disposição, é ativo e agitado, tem uma alteração de humor muito alegre ou agressiva. Geralmente essas fases duram meses, ou até anos sem alguma identificação expressiva, sendo a principal questão a energia que o sujeito possui ou não.

Quanto ao diagnóstico, para a identificação do transtorno não há nenhum exame específico, ele é feito a partir dos sintomas apresentados pelo paciente, sendo o principal deles a alteração de humor, por meio de cinco ou seis sintomas de mania ou depressão. Os traços fogem do normal, "não é o modo de ser, mas sim no verbo estar, são crises que ocorrem", afirma Elie.

De acordo com Elie, as formas de tratamento são a base de medicamentos, sendo utilizado o comprimido lítio, que busca diminuir os ataques maníacos, mantendo a intensidade menor. O uso do remédio tem a finalidade de prevenir as crises e oferecer manutenção ao transtorno. A psicoterapia também pode ser útil em situações de depressão, ajudando na colaboração do tratamento. Entretanto, na fase mania, o paciente se sente "bem", achando que a situação está controlada, pelo fato de sentir muita energia na realização de atividades e, nesse caso, a psicoterapia não funciona, tendo em alguns casos que o paciente se interne.

Enfermeiros, psicólogos e psiquiatras são profissionais da saúde habilitados a cuidarem de pessoas com transtorno bipolar, os quais podem relatar os sintomas, os riscos, e recursos terapêuticos, tudo isso com o auxílio dos familiares que auxiliam no processo de abordagem.

A forma de combater o despreparo, o preconceito e o senso comum da sociedade é por meio de campanhas de conscientização. E mais, para o psiquiatra, a informação coerente promove a busca pelo tratamento correto, empregando medicamentos mais eficazes, além de ser um grande avanço para diminuir os episódios do transtorno na população.

Por Raquel Lima.