Os transtornos do neurodesenvolvimento são um grupo de condições que surgem no início do período do desenvolvimento, ou seja, na infância e se manifestam de forma precoce, normalmente antes da criança ingressar na escola. Por isso, é importante observar o comportamento dos pequenos e pequenas para que certas medidas e cuidados sejam tomadas em casos necessários. Dessa forma, para ajudar os responsáveis pela criança na percepção de um possível transtorno, veja as principais perguntas e respostas sobre esse tema respondidas por Valeska Magierek, mestre em Psicobiologia, especialista em Neuropsicologia e psicóloga.


O que caracteriza os Transtornos do Neurodesenvolvimento?


Os transtornos do neurodesenvolvimento são caracterizados por déficits no desenvolvimento que trazem prejuízos no funcionamento pessoal, social, acadêmico/pedagógico e, posteriormente, profissional.

Os déficits de desenvolvimento variam desde limitações muito específicas na aprendizagem ou no controle de funções executivas, por exemplo, planejamento e execução de atividades, incluindo iniciação de tarefas, memória de trabalho, atenção sustentada até prejuízos globais em habilidades sociais ou inteligência.

É frequente a ocorrência de mais de um transtorno do neurodesenvolvimento?


Sim, é frequente aparecer mais de um transtorno do neurodesenvolvimento na criança. Por exemplo, pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) frequentemente apresentam deficiência intelectual ou transtorno do desenvolvimento intelectual, e muitas crianças com transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) apresentam também um transtorno específico da aprendizagem. No caso de alguns transtornos, a apresentação clínica inclui sintomas tanto de excesso quanto de déficits e atrasos em atingir os marcos esperados.

Quais são os Transtornos do Neurodesenvolvimento?


Os Transtornos do Neurodesenvolvimento incluem as Deficiências Intelectuais, os Transtornos da Comunicação como Transtorno da Linguagem, Transtorno da Fala, Gagueira, Transtorno da Comunicação Social, Transtorno da Comunicação sem outras especificações, o Transtorno do Espectro Autista (TEA), O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH – Apresentação Combinada, Predominantemente Desatenta, Predominantemente hiperativa/impulsiva ), o Transtorno Específico da Aprendizagem com prejuízo na leitura, com prejuízo na escrita, com prejuízo na matemática, os Transtornos Motores como Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação e Transtorno do Movimento Estereotipado, os Transtornos de Tique como Transtorno de Tourette, Transtorno de Tique Motor ou Vocal Crônico e Transtorno de Tique Transitório e outros transtornos do neurodesenvolvimento com e sem especificações.

Há níveis de gravidade dos Transtornos do Neurodesenvolvimento?


Sim. Os Transtornos do Neurodesenvolvimento podem ser leve, moderado, grave e profundo. O nível de gravidade depende da frequência de comorbidades, ou seja, de outros quadros associados existentes.

A que sinais as famílias precisam ficar atentas e que podem sinalizar a existência de um Transtorno do Neurodesenvolvimento?


Como os Transtornos do Neurodesenvolvimento surgem na infância, os familiares precisam ficar atentos aos Marcos do Desenvolvimento, como por exemplo, quando a criança começou a falar, quando começou a andar, se engatinhou, como é o sono da criança, se é uma criança agitada ou quieta demais, se compreende bem o que lhe é dito, se alimenta bem e adequadamente, se a criança brinca com outras da mesma idade, dentre outros.

Por que é importante observar o desenvolvimento da criança?


A observação do desenvolvimento da criança favorece a identificação precoce de quaisquer sinais que estejam abaixo do esperado para aquela faixa etária. A identificação precoce favorece tanto o diagnóstico quanto o tratamento necessário, a fim de minimizar os prejuízos ao desenvolvimento global da criança.

O que devemos fazer quando identificarmos algum atraso no desenvolvimento da criança?


Diante de qualquer atraso, mesmo que leve, no desenvolvimento de uma criança, procure um especialista seja ele o médico, psicólogo, fonoaudiólogo ou outro profissional da área de saúde, o mais rápido possível, a fim de que ele avalie a criança. A identificação precoce é a forma mais eficiente de favorecer o desenvolvimento infantil, mesmo nos casos mais graves, onde as reabilitações encontram maior dificuldade de ações, devido às limitações da própria criança.

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Fonte: Barbacena Online

Imagem: 123RF