O conceito de acomodação, na psicologia, indica o mecanismo de mudança interior do sujeito. Ele percebe a vida em sociedade por meio do seu arcabouço de conhecimentos. Como estas estruturas não são inerentes ao ser, e sim constituídas no seu convívio com o ambiente, o desenvolvimento da cognição é equivalente ao da produção das estruturas.

Pode-se dizer que os elementos que desencadeiam este processo são a hereditariedade, a vivência material, a disseminação social e o equilíbrio.

O aspecto hereditário exerce um ascendente sobre o progresso, mas não basta para elucidá-lo. O amadurecimento em si está diretamente relacionado à ação do indivíduo. Como não é um fator autônomo, acaba sendo relegado a um segundo plano.

A experiência na esfera física é fruto das atividades praticadas na dimensão material. Aqui se insere a conjugação entre os diferentes movimentos exercidos pela criança em relação aos artefatos que a cercam.

A disseminação social integra a esfera educativa. A forma como a criança absorve o seu ambiente é ativada pelos princípios que regem o progresso. Já o equilíbrio é elemento fundamental e vital no aprimoramento do ser neste mecanismo de acomodação ao contexto em que ele está inserido.

Deve-se buscar a estabilidade entre os outros três componentes do processo de crescimento e também contrabalançar a revelação de uma nova ideia com as que já estavam em vigor nas probabilidades de compreensão da criança ou do adulto.

A assimilação, por sua vez, é a forma como um indivíduo insere uma informação recém-conquistada no arcabouço cognitivo já existente. É quando uma criança vivencia uma nova realidade e se ajusta a ela.

Ela se esforça o tempo todo para acomodar os agentes externos recém-adquiridos aos padrões que já detinha. Só para entender melhor: assim que um menino vê pela primeira vez uma onça, ele procura criar uma similaridade entre esse animal e outro semelhante, como o gato, uma criatura que já fazia parte de seu mundo.

A acomodação ocorre nos casos em que a criança não tem êxito na tentativa de incorporar o estímulo que acabou de receber. Ou seja, não há uma envergadura de conhecimento que dê conta do novo dado apenas em razão da singularidade do impulso recebido. Aí há dois caminhos a seguir: produzir um método diferente ou mudar um planejamento pré-existente.

Assimilação e Acomodação existem em função uma da outra, há uma relação recíproca entre ambas. O contexto não desencadeia apenas a memorização de sensações ou a produção de réplicas; ele suscita adaptações atuantes.


Fonte: psicologia/acomodacao/" target="_blank">InfoEscola