O transtorno bipolar foi descrito inicialmente por Kraeplin, em 1889, como psicose maníaco-depressiva. Apesar das já realizadas mudanças de nomes e classificação, até hoje existem polêmicas acerca das mesmas.

Para Teng e Demetrios (2006), O transtorno afetivo bipolar é definido pela presença de pelo menos dois episódios afetivos e diferencia-se do transtorno afetivo recorrente pela presença de pelo menos dois episódios não depressivos: mania, hipomania ou estado misto. Esse tipo de transtorno têm início na maioria das vezes entre 15 e 30 anos de idade. Os episódios costumam durar de 4 a 13 meses. (KAY e TASMAN, 2002).

De acordo com Kay e Tasman (2002), os dados fenomenológicos para diagnóstico dos transtornos bipolares devem ser transversais (aspectos descritivos referentes a um determinado ponto no tempo) e aspectos longitudinais (referente ao curso dos sintomas). Para que haja o diagnóstico de transtorno bipolar devem existir transtornos individuais ao longo do tempo já que os episódios depressivos do mesmo quando olhados de forma transversal não costumam diferir dos episódios de depressão maior.

Os episódios maníacos são definidos por períodos de humor anormalmente elevado, expansivo ou irritável acompanhados de prejuízos no setor ocupacional ou social, pode ser percebida também grandiosidade irrealista, excesso de energia ou intensificação das energias dirigidas a um objeto. Os sintomas hipomaníacos são idênticos, entretanto, menos severos (Kay e Tasman, 2002).

O transtorno bipolar pode ser classificar em tipo I - com episódios depressivos maiores acompanhados de episódios maníacos - e transtorno bipolar do tipo II – episódios depressivos maiores acompanhados de episódios hipomaníacos (maníacos mais leves).

Podem vir a ocorrer sintomas psicóticos em qualquer um dos pólos do transtorno. Se os sintomas psicóticos estiverem limitados ao episódio de humor principal, os indivíduos são considerados portadores de transtorno bipolar com aspectos psicóticos, caso os sintomas psicóticos persistam é feito o diagnóstico de transtorno esquizoafetivo.

Em caso de ocorrência de quatro ou mais episódios do humor num período de até 12 meses pode-se caracterizar o transtorno como ciclagem rápida.

O tratamento pode ser classificado como agudo e de manutenção, mantendo assim um tratamento direcionado para manutenção de um problema específico aliado à continuidade da medicação a fim de prevenir novos episódios sendo assim, deve ter como objetivo principal a estabilização do humor e o estabilizador de humor deve tratar e prevenir a mania e a depressão.

Atualmente, no entanto, não existe ainda nenhuma droga que preencha totalmente o critério de estabilização do humor. Várias vem sendo utilizadas, como anticonvulsionantes, antipsicóticos, benzodiazepínicos e lítio sendo que este último é o que mais se aproxima do conceito restritivo de estabilização do humor. A terapia aliada ao tratamento medicamentoso vem se mostrado bastante eficaz.

Fonte: Psicologado