Sentam, riem, engatinham, falam, andam de bicicleta. A cada novo dia um novo aprendizado e um aperfeiçoamento são manifestados pela criança. Entretanto, esses pequeninos são capazes de fazer muito mais do que demonstram. Se hoje sentam, amanhã podem andar; se hoje andam, amanhã podem correr. Diante desta riqueza, é necessário não apenas limitá-los ao que vemos, mas estimulá-los em seus potenciais.

Lev Vigotski faz uma distinção entre o desenvolvimento real e o desenvolvimento potencial da criança. O nível de desenvolvimento real diz das conquistas já efetivadas e consolidadas pela criança. Diz das coisas que a criança aprendeu, domina e consegue fazer sem assistência de alguém. Geralmente, avalia-se a criança apenas nesse nível... mas ela é mais que isso! O nível de desenvolvimento potencial refere-se a tudo que a criança é capaz de fazer mediante a ajuda de outra pessoa. A distância entre estes níveis constitui a zona de desenvolvimento proximal (ZDP).

Basicamente, aquilo que é a ZDP hoje será o nível de desenvolvimento real amanhã, ou seja, aquilo que uma criança faz com assistência hoje fará sozinha amanhã. Com estes pressupostos, Vigotski demonstra que todo bom aprendizado se adianta ao desenvolvimento, estimula e desafia. Assim, devemos nos questionar: será que devemos esperar a criança amadurecer para ensinar? Será que devemos nos limitar ao que a criança é capaz de fazer? Ou devemos estimular o potencial da criança, mediando seu aprendizado rumo ao desenvolvimento?

Referências

Fonte: VIGOTSKI, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

Autora: psicologia.com.br/colunista/15/" target="_blank">Stéfany Bruna