Maslow é um teórico da psicologia que adota a concepção holística-dinâmica. Em seus trabalhos priorizou o estudo de pessoas sadias e criativas, porque discordava da psicologia de sua época que tinha uma "concepção pessimista, negativa e limitada" do ser humano. Trabalhou com quatro principais aspectos distintivos acerca da personalidade: suposições sobre a natureza humana, hierarquia de necessidades, descrição de síndromes e estudo da auto-realização.

Neste texto vamos ressaltar sua teorização sobre a hierarquia das necessidades. Para Maslow as necessidades humanas podem ser dispostas na forma de uma pirâmide, quanto mais baixo o nível hierárquico, ou seja, quanto mais próximo da base uma necessidade está, maior é sua preponderância. À medida que as necessidades são satisfeitas, outras necessidades novas e superiores vão emergindo. Assim, podemos descrevê-las em porcentagens decrescentes de satisfação à proporção em que consideramos a preponderância, sendo as mais preponderantes as necessidades fisiológicas e as menos preponderantes as auto-realizadoras.

Como pode se observar na imagem:

Necessidades fisiológicas (somáticas): sede, fome, sexo. São preponderantes, sendo ainda preemptivas, pois, quando faltam, tornam as outras necessidades secundárias.

Necessidades de segurança: segurança, estabilidade, dependência, proteção, ausência de medo, necessidade de estrutura etc. São melhores observadas em bebês ou quando ocorrem desastres naturais ou sociais.

Necessidades de pertencimento e amor: amigos, família, enfim, relações afetuosas. Estão ligadas às tendências humanas de agrupar-se, reunir-se, pertencer a etc. A frustração destas, segundo Maslow, compõe o núcleo dos desajustamentos e das patologias mais graves.

Necessidades de estima: auto-estima (desejos de força, conquistas, domínio, competência, confiança e independência) e estima dos outros (desejos de fama, status, dominação, atenção e dignidade). A frustração destas produz sentimentos de inferioridade, o que pode resultar em neuroses.

Necessidades de auto-realização: é o nível mais alto, que só pode ser atendido se todas as outras necessidades básicas já tiverem sido satisfeitas, apesar de essa satisfação ser efêmera. Trata-se do desejo de nos tornamos aquilo que somos em nossa essência idiossincrática. Seu desenvolvimento não se dá pela falta de algo externo, mas sim pelo que já está no organismo (valores intrínsecos) que o motiva, paradoxalmente, a atingir um estado de não-motivação e de ausência de esforço. Assim, fala-se em metanecessidades, ou Valores-do-ser.

CLONINGER, S. Teorias da Personalidade. São Paulo: Martins Fontes, 1999

Autora: psicologia.com.br/colunista/15/" target="_blank">Stéfany Bruna