Por Alfredo Simonetti

São ataques de pânico, repentinos e incontroláveis, com manifestações físicas e emocionais muito intensas. Geralmente a pessoa tem a sensação que está morrendo ou que vai enlouquecer. Sente tontura, palpitações, falta de ar, dor no peito, tremores e náuseas.

Embora o ataque dure apenas alguns minutos uma sensação de mal estar pode se prolongar por muitas horas depois. O ataque do pânico pode acontecer em qualquer lugar, com ou sem motivo aparente, inclusive enquanto a pessoa estiver dormindo, fazendo com que acorde muito assustada.

Em muitos casos a pessoa passa a temer o lugar onde teve a primeira crise, evita sair de casa ou ir a lugares de onde não possa conseguir ajuda rapidamente: Isto se chama agorafobia.

Como reconhecer que uma pessoa tem o transtorno do pânico?

Os sintomas de uma crise de pânico aparecem subitamente, sem nenhuma causa aparente. Eles podem incluir:

Palpitações ( o coração dispara)
Dores no peito
Tontura, atordoamento e náusea
Dificuldade para respirar
Sensação de formigamento ou de fraqueza nos braços e nas pernas
Calafrios ou ondas de calor
Sudorose
Sensação de estar sonhando ou distorções na percepção da realidade.
Sensação de que algo inimaginavelmente horrível está prestes a acontecer e de que se está impotente para evitar tal acontecimento
Medo de perder o controle, fazer algo embaraçoso, ou enlouquecer
Medo de morrer

Como ajudar alguém com transtorno do Pânico?

Nunca diga para uma pessoa que tem ataques de pânico, frases do tipo: "Você não tem nada", "Isto é emocional", "É da sua cabeça". Porque primeiro não é verdade, e segundo porque não ajuda em nada, servindo apenas de desmoralização psicológica.

A pessoa com transtorno de pânico tem sim alguma coisa, tem uma doença, um transtorno de ansiedade. O problema é que esta doença não aparece em exames e também não é possível encontrar uma lesão cerebral que explique os sintomas, mas é uma doença. Dizer que é emocional ou que é coisa da cabeça do sujeito acaba por sugerir que é uma invenção da pessoa ou que ela poderia muito bem controlar o ataque. E não é isto o que acontece. O ataque é vivenciado pela pessoa como "algo maior do que eu" , e sobre o qual a força de vontade parece não ter muito poder.

A melhor coisa a fazer com alguém com o transtorno de pânico é ajudá-la a encontrar tratamento adequado.

O Pânico é uma doença e tem tratamento, entretanto, se ela não for tratada pode transformar a vida da pessoa e da família em um verdadeiro inferno, com direito a inúmeras visitas a médicos e prontos socorros.

Muitas pessoas acabam perdendo o emprego, tendo problemas com os amigos, e enfrentando sérias dificuldades no relacionamento amoroso devido ás crises de pânico ou devido ás tentativas de evitá-las ou ocultá-las.

Pode haver períodos de melhora espontânea, mas geralmente o transtorno não desaparece sem um tratamento especifico.

Como é o tratamento?

O tratamento combinado com remédios e psicoterapia é o que apresenta os melhores resultados. Este tratamento tem dois objetivos: Remissão completa dos ataques de pânico, Elaboração das vivências em torno do pânico

Remédios

Diversas classes de medicamentos podem reduzir ou extinguir os ataques de pânico: antidepressivos (ADT, ISRS, IMAO) e certos benzodiazepinicos. Cada um destes remédios funciona diferentemente e tem efeitos colaterais diversos, por isso é importante uma programação individualizada para cada paciente.

Psicanálise

O pânico deixa marcas que vão muito além das crises em si: a depressão, a descoberta da questão da morte, a importância vivenciada no instante da crise, o medo de voltar a ter ataques (medo do medo), os locais que ficaram marcados pela ocorrência das crises (agorafobia), os efeitos colaterais do remédio, o desejo de falar do pânico e a necessidade de entender o que está acontecendo... Geralmente estas marcas não desaparecem com os remédios. É ai que entra o trabalho da psicanálise.

Fonte: psicologianocotidiano.com.br/articulistas/articulista_descri.php?id=3" target="_blank">psicologia no Cotidiano