Freud (nascido em 1856) e Jung (nascido em 1875) são notáveis teóricos do campo da psicologia. Ambos teorizam acerca do inconsciente e suas manifestações, mas partindo de Freud, Jung apresenta alguns pontos de divergências em suas teorizações; Ao ler "A interpretação dos sonhos" de Freud, Jung encontrou o ponto de partida propulsor para seu interesse na psicanálise. Freud e Jung mantiveram, inicialmente, uma relação estreita e intima, sendo que Freud via-se como um pai do "príncipe herdeiro" – Jung. Apesar de trocarem ideias e de partirem do mesmo pressuposto, Jung tinha opiniões que discordavam paulatinamente das de Freud e que acabou sendo o pivô da separação da dupla.

Freud rompeu tanto com pensamento divergente de Jung tanto com a amizade. E assim, Jung seguiu sozinho na elaboração de sua própria teoria. De forma que, gradualmente a teoria de Jung, apesar de carregar os fundamentos da psicanálise freudiana, foi apresentando novos conceitos e ideias totalmente diferentes desta. Dentre eles destacamos:

• Inconsciente: Jung faz uma diferenciação entre consciente pessoal e coletivo, sendo que este último traz aspectos que estão para além da experiência do indivíduo. Enquanto que, o "único inconsciente freudiano" é o centro da personalidade, não possuindo nada para além da história do indivíduo.
• Libido: Para Freud esta é uma energia exclusivamente sexual que movimenta o aparelho psíquico. Para Jung é uma energia vital que contém outros elementos.
• Teoria da Personalidade: Freud além de elaborar uma teoria da estrutura e dinâmica do psiquismo, elabora uma teoria do desenvolvimento humano e enfatiza o papel primordial das experiências infantis na constituição do sujeito. Já Jung, foca na personalidade adulta, não apontando fatores determinantes da infância.
• Racional e Emocional: Freud fundamenta sua teoria a partir de uma filosofia positivista, enfatizando questões objetivas e racionais. Jung é mais transcendental, ocupando-se com aspectos místicos, religiosos e fenômenos paranormais.
Obs: Por muitas vezes a psicanálise critica a psicologia analítica, acusando-a de "psicologização" – partindo do pressuposto de que Jung foca exclusivamente nas causas interiores da doença psíquica, ignorando os importantes fatores sociais.

Referências

CLONINGER, S. Teorias da Personalidade. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

FADIMAN, J. e FARGER, R. Teorias da Personalidade. São Paulo: Harbra, 1986.

Autora: psicologia.com.br/colunista/15/" target="_blank">Stéfany Bruna