A compreensão da linguagem e suas alterações é de suma relevância para a atuação do neuropsicólogo. De acordo com Vigotski (1991), a linguagem altera fundamentalmente todas as demais funções psicológicas, fazendo com que o funcionamento cerebral torne-se um sistema interligado e interdependente de complexas funções. Ressalta-se que, diferentemente da fala, a linguagem pode ser expressa de diversas formas: sinais, símbolos, gestos, escrita, etc.

A avaliação da linguagem deve levar em conta os componentes cognitivos, linguísticos e sociais. A cognição refere-se ao tratamento que o indivíduo dá às informações recebidas pelo seu aparelho perceptivo, seja a organização, o armazenamento, a recuperação, retransformação etc. O componente linguístico diz respeito aos aspectos fonológicos, sintáticos, semânticos e pragmáticos da linguagem. Já os sociais correspondem aos construtos culturais, as regras e os contextos que são levados em conta na linguagem de cada sujeito.

Os distúrbios de linguagem possuem repercussões no contexto social do indivíduo. Dessa forma, como recomenda a OMS, a avaliação da linguagem deve levar em conta a funcionalidade e a qualidade de vida, além de destacar a inclusão social do paciente.

Referências

Gil, R. (2002). Neuropsicologia. São Paulo: Editora Santos.; ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE(OMS/WHO). Organização Mundial da Saúde: Nova Iorque, 1946; VIGOTSKI, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1991.