Por volta dos 3 anos

Nessa idade ocorre a descoberta do corpo, especialmente dos órgãos genitais. Também vão começar a brincar com o que é deles: é a masturbação. Podem surgir as primeiras perguntas sobre como nascem os bebês e elas merecem respostas simples, sem aulas sobre amor e sexo.

A manipulação do corpo é natural. Use esse momento para explicar à criança sobre privacidade, deixe claro para ela que há partes do corpo que são públicas e outras que são privadas. Os três primeiros anos de vida são o período em que se forma o núcleo de base da identidade sexual, é o momento em que a criança passa a reconhecer o gênero ao qual pertence, e os sentimentos de ser menino ou menina. E meninos têm pênis, e fazem xixi de pé, como os pais. As meninas têm vulva e fazem xixi sentadas, como as mães. Essa é só a primeira aprendizagem sobre as diferenças entre garotos e garotas.

As descobertas que começam a fazer sobre a sexualidade levam a criança a ficar mais centrada no outro. Os pais passam a ser modelos. Podem ocorrer jogos de trocas de papéis (meninos se vestirem com a roupa da mãe e meninas com a do pai). Isso é normal e não significa que a criança tem uma tendência à homossexualidade.

De 4 a 5 anos

Nessa faixa etária, a maior parte das crianças começa a se interessar pela reprodução, como se engravida e até mesmo como o bebê faz para sair da barriga da mãe. Nem todas as crianças se tornam "interrogadores", e não há nada com que se preocupar. O importante é aproveitar os exemplos da vida cotidiana para inserir o "grande tema" nas conversas.

À inevitável pergunta "de onde os bebês vêm", a recomendação é responder no limite daquilo que a criança está pronta para ouvir. Ela pode saber que, quando já estão prontos no útero, muitos escolhem a vagina como rota natural de saída, enquanto outros nascem de cesárea, quando então o médico faz um corte na barriga e tira o bebê de lá de dentro.

Outro assunto mais recorrente nessa etapa é a masturbação. Pais precisam saber que isso vai acontecer, que é natural e tem mais a ver com a descoberta do próprio corpo e menos com prazer efetivamente, ainda que a criança sinta, sim, que o toque é agradável. Para as crianças, a masturbação é um ato de conforto. O papel dos pais deve ser o de evitar que a criança fique com vergonha e aproveitar para reiterar as lições sobre privacidade. Dizer que ela pode se tocar, mas que não deve fazer isso na frente dos outros.

Brincar de médico? Opa… quem é que nunca fez? Portanto tire por um momento o olhar adulto sobre o mundo e tente enxergar as brincadeiras de tocar o outro, ver o outro, com os olhos infantis, cheios de curiosidade. Assim é que é, e é natural que brinquem dessa forma. E sempre, sempre, abra espaço para que eles tragam suas dúvidas, curiosidades e incertezas.

De 6 a 8 anos

Se, por acaso, seu filho ainda não perguntou nada sobre de onde vêm os bebês, provavelmente agora você não vai escapar. Ele já deve estar navegando na internet e vai bombardear você com perguntas. Se já estiver alfabetizado, é hora de buscar ajuda em livros, que podem ser lidos com ele. Já podem ser introduzidos conceitos novos, como namorar, fazer amor, e deixar mais claro de que forma a tal sementinha vai parar dentro da barriga da mamãe.

A escola também tem fator decisivo aqui. Caso o professor toque no assunto antes de seu filho se interessar por ele, aproveite e use isso como gancho para trazer o sexo ao centro do debate. Pais encabulados devem admitir suas limitações e, de novo, buscar, com sinceridade, abordar o tema, inclusive assumindo suas vergonhas e intimidações.

Nessa idade, prosseguem as descobertas, os toques e os jogos sexuais. Meninos podem começar um "troca-troca" pela curiosidade de conhecer o que o outro tem. Meninas podem ter curiosidade com o corpo do menino. Lidar com as questões sexuais de forma natural e sem tabus é o caminho mais acertado para a formação de um adulto feliz

Fonte do texto e da imagem: Revista Crescer