O psicólogo hospitalar é responsável por lidar com a saúde e emocional de seus pacientes. Tendo como principal objetivo propiciar o bem-estar deles.

Segundo a psicóloga especializada na área da saúde, Graziele Lopes, o profissional trabalha com cuidados primários, secundários e terciários. O cuidado primário trata da promoção e prevenção de saúde, a promoção é relacionada pelo comportamento e hábitos mais saudáveis. E a prevenção é por exemplo, a vacinação, pela criança sentir medo e ansiedade por causa da vacina, ela faz uma intervenção com crianças em procedimentos dolorosos e invasivos.

"Realizo a técnica da distração com a criança para ela poder conseguir vacinar de forma eficiente. E com isso, conseguirmos auxiliar a equipe de saúde também", afirma a psicóloga.

Nos cuidados secundários, ele pode acompanhar desde o diagnostico até todo o processo de tratamento de uma doença, como por exemplo, pacientes com câncer. Dando auxilio principalmente no processo de diagnostico que é o período que os médicos utilizam termos técnicos e complexos que o próprio paciente ou a família não compreende.

Os cuidados terciários são voltados para a reabilitação no qual o paciente já passa por todo o processo de tratamento, tendo algumas vezes algumas sequelas. O psicólogo irá auxilia-lo no luto em que o paciente se encontra, devido a uma perda de algum membro da família ou de sua saúde.


Para a psicóloga, o profissional atua também na área de cuidados paliativo, oferecendo apoio ao enfermo e sua família, visando atenção e conforto. "Nós buscamos dar ao paciente uma qualidade de vida, isso não quer dizer que ele está em sentença de morte, e falar que o paciente vai morrer daqui algum dia, um mês ou há um ano. A gente vê a melhor alternativa de vida para essa pessoa", diz ela.


De acordo com Graziele, a principal função do psicólogo hospitalar é amenizar o sofrimento do paciente, fornecendo uma escuta empática e um suporte psicológico para que o paciente seja ouvido em seu tratamento de saúde. E propiciar alternativas de qualidade, promovendo autonomia, saúde e hábitos saudáveis.

"Quando o psicólogo conversa com o paciente, ele acaba compreendendo e conhecendo sua história de vida, e o paciente acaba resgatando sua subjetividade. Ou seja, ele acaba se alto conhecendo, e vendo aspectos positivos e negativos de sua personalidade, justamente porque vai interferir no tratamento de saúde", explica.

Na área de psicologia hospitalar existe muitos campos para ser investido, o profissional pode exercer o seu trabalho em urgência e emergência, trabalhando com crianças e adultos. Na área de pediatria com crianças e adolescentes. E a de psico oncologia, trabalhando com pacientes em tratamento de câncer. Outra área é a saúde do trabalhador, ele vai dar auxílio aos trabalhadores de uma organização.

Graziele alerta sobre a importância do trabalho do psicólogo hospitalar e principalmente na área de psico oncologia, pois lidam com pacientes que estão passando por momento de hospitalização. Por isso, já é uma situação difícil para eles, porque passam por procedimentos dolorosos, invasivos, e muitas vezes o paciente está emocionalmente e fisicamente debilitado.


"O papel do psicólogo é acolher este paciente e a família em todos os procedimentos que forem realizados. Fazendo o acompanhamento no diagnostico, no tratamento, nas internações, cirurgias, nos cuidados paliativos e em casos de morte".


Quando acontece uma morte em uma pediatria, todo mundo se mobiliza, tanto a equipe, como a família e outros pacientes. Segundo ela, isso gera uma demanda maior de atendimento, o profissional tende a dar uma atenção maior para os pais que estão com os filhos vivos e passando pelo mesmo tratamento.

"Os pais olham e imaginam que os filhos deles podem ser os próximos. E a assistência também é dada aos outros profissionais na área da saúde, pois eles também ficam sensibilizados e buscam ajuda emocional com o psicólogo", afirma.

Para a psicóloga existe três desafios, o primeiro é o reconhecimento da atuação do profissional por parte de outros profissionais em especialidades diferentes na área da saúde. Alguns veem esse trabalho como algo desnecessário ou que pode atrapalhar o paciente. O segundo é a questão de a psicologia hospitalar ser uma área nova, por ela está se desenvolvendo, e pelas pessoas não saberem qual é o trabalho deste profissional.

"Tem muitos pacientes que sabem que a gente é psicólogo e não querem falar conosco, geralmente alegam que não precisam porque não tem nenhum problema, e pergunta por que queremos conversar com eles. Mas nós, não estamos lá para falar de doenças, e sim para falar de saúde, fazer com que o paciente saiba criar estratégias para lidar com essa doença de uma forma mais ativa", conta.

Um dos últimos desafios citados pela profissional é os hospitais contratarem poucos psicólogos, isso faz com que ele não realize o auxílio a todos aqueles que necessitam. Por ser apenas um, e atender várias pessoas, a demanda acaba ficando grande e resultando em poucas intervenções de inúmeros pacientes daquele ambiente.

Graziele dá dicas para pessoas que desejam se tornar um profissional qualificado nesta área, sendo uma delas procurar constantemente aprimoramento em palestras, congressos, e compartilhar informações. " Para mim, o psicólogo não deve parar de estudar nunca, não deve parar de ir para área cientifica, tentar aplicar algumas pesquisas é o ideal. Isso contribui para as nossas políticas públicas, e de alguma forma para a nossa saúde", afirma.


A profissão do psicólogo é primordial em hospitais, por ser uma profissão humanizada, envolve muito além do cuidado, tendo a dedicação e amor pelos seus pacientes.


Reportagem: Raquel Lima

Fonte de imagem: catracalivre.com.br