A estética predominante entre as bailarinas, está frequentemente atrelada a uma imagem física associada a magreza. O ballet demanda um ao alto desempenho físico, devido a padrões corporais que a dança exige, as bailarinas sofrem grande pressão social para se manterem magras e, assim, podem se submeterem a atitudes de danos à saúde para atingir esta finalidade, desencadeando disfunções de autoimagem e transtornos alimentares.

A bailarina K., sexo feminino, 25 anos de idade, solteira, professora de balé, faz parte de uma academia sergipana de dança, participa de um grupo de ballet, natural e procedente de Aracaju/SE. Começou a praticar dança com 17 anos, possui 9 anos de experiência profissional, participou de diversos festivais renomados brasileiros, tais como: Festival de dança de Joinville, Festival de Dança de Indaiatuba e Festival Nacional de Dança Ballace.

K. relatou que, no início da carreira de bailarina, sentiu muita cobrança dos treinadores para estar dentro dos padrões estéticos e seguir uma alimentação saudável, segundo ela "teve que abdicar de várias coisas", não come fast food, apenas segue um cardápio rico em verduras, vegetais e proteína magra. Alimenta-se em 3 em 3 horas, sempre tomando cuidado com a quantidade que está ingerindo, como em sua fala: "há vigilância do que posso ou não comer". K. traz o fato que tem dificuldade de perder peso em contrapartida a facilidade de ganho, cujo ela considera uma lástima essa situação.

Posteriormente, K. ressalta que para executar os passos de dança com precisão é necessário estar no peso ideal, pois o aumento deste peso pode desencadear a dificuldade de execução dos passos, realçando na seguinte fala: "tem que haver leveza em cada movimento, o peso certo faz um grande diferencial". Quando entra em pauta o assunto autopercepção da sua imagem corporal, K. é enfática "não me considero dentro dos padrões, tenho plena consciência que deveria ser mais magra, possuo coxa grossa, estas características corporais não me ajudam no quesito execução de uma boa dança". Logo, ela acrescenta "mesmo diante de todas dificuldades presentes no meu caminho, a dança é minha paixão, quando estou executando os passos, me sinto muito bem, não me vejo sem o balé ele faz parte do que sou, minha essência".

Portanto, mesmo diante dos obstáculos enfrentados, K. tem a consciência da importância de um equilíbrio, seja na sua alimentação, na prática de atividades físicas e até durante sua rotina de treinos. Além de acrescentar, que a importância de um acompanhamento psicológico, como se percebe na seguinte fala: "mesmo com minha rotina agitada sempre dedico um tempo para mim, como a terapia me ajuda em todo o processo que vivencio com a dança".

Autora:
Mara Dantas Pereira
(Graduanda em psicologia pela Universidade Tiradentes-UNIT; Aracaju/Sergipe, Brasil; E-mail: maradantaspereira@gmail.com).

Colaboradores:
Karla Neyse Evangelista Silva
(Graduada me Educação Física pela Universidade Tiradentes-UNIT/SE);
Denisson Marcel Lima Soares
(Graduado em Educação Física pela Universidade Jorge Amado-Unijorg/BA);
Cleberson Franclin Tavares Costa
(Mestre Doutorando em Saúde e Ambiente pela Universidade Tiradentes – UNIT/SE).

REFERÊNCIAS

CASTRO, C. B.; MAGAJEWSKI, F.; LIN, J. Atitudes alimentares e autopercepção da imagem corporal em bailarinas do município de Tubarão-Santa Catarina. Arquivos Catarinenses de Medicina, v. 46, n. 1, p. 33-42, 2017.

HAAS, A. N.; GARCIA, A. C. D.; BERTOLETTI, J. Imagem Corporal e Bailarinas Profissionais. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 16, n. 3, p. 182-185, 2010.

GONÇALVES, P. S. P. et al. Avaliação da satisfação com a autoimagem corporal em bailarinas. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, v. 11, n. 66, p. 301-308, 2017.

Fonte de imagem: partnerscentrodedanca.com.br