Para exercitar a construção de uma psicologia Indígena, o Conselho Federal de psicologia (CFP) participou, nos dias 9 e 10 de agosto, do "Seminário psicologia, Povos Indígenas e Direitos Humanos da Região Norte", em Boa Vista (RR). Organizado pelo Conselho Regional de psicologia da 20ª Região (CRP-20 AM/AC/RO/RR) com o apoio do CFP, o evento teve o objetivo de fazer a interlocução entre profissionais da psicologia e Povos Indígenas, assim como dialogar com profissionais e não-indígenas que possam auxiliar nesse processo de troca de experiências, articulação e construção de saberes sobre psicologia, Direitos Humanos e Povos Indígenas na Amazônia.
O conselheiro do CFP, Paulo Maldos, participou das atividades e explicou que para atuar na área é importante que as(os) psicólogas(os) tenham como base a convivência, a escuta e o diálogo respeitoso. "É preciso conhecer a cultura e o contexto atual da comunidade. As ferramentas da psicologia devem ser usadas numa perspectiva de reconhecimento das subjetividades e do protagonismo dos povos indígenas", afirmou.
Para o conselheiro, é importante também rever os conceitos e embasamentos da psicologia à luz da sua cultura dos povos indígenas. Maldos explicou que novas áreas da psicologia estão em desenvolvimento a partir da temática indígena, como a gestão ambiental e territorial, em que as(os) psicólogas(os) podem auxiliar no planejamento coletivo e pensar o futuro da comunidade.
"A psicologia pode contribuir para autonomia dos povos indígenas, para que tenham um plano de futuro a partir da sua própria visão de mundo e de sociedade", avaliou Maldos.
Atividades CFP
Durante o evento foi apresentada a publicação "Tentativas de Aniquilamento de Subjetividades LGBTIs", publicação recentemente lançada pelo CFP. O CRP-20 também recebeu a Campanha Itinerante da Comissão de Direitos Humanos do Sistema Conselhos de psicologia #DiscursoDeÓdioNão. O tema abordado foi sobre Migração. Roraima vem recebendo muitas(os) venezuelanas(os), que cruzam a fronteira dos dois países. Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), entre 2015 e março de 2019, o Brasil registrou mais de 103 mil solicitações de refúgio e de residência temporária. A maioria das(os) migrantes entra no País pela fronteira norte do Brasil, no estado de Roraima, e se concentra nos municípios de Pacaraima e Boa Vista, capital do estado. Isso tem gerado também ataques de xenofobia por parte de alguns habitantes locais contra as(os) venezuelanas(os).
Fonte de texto: psicologia-com-os-povos-indigenas/" target="_blank"> Conselho Federal de psicologia