Logoterapia é uma abordagem teórica em psicologia criada por Viktor Emil Frankl (1905-1997) um psiquiatra vienense que foi preso pelo Nazismo durante a Segunda Guerra Mundial, por conta da invasão da Áustria por tropas alemãs.

A história de Frankl na psicologia começa quando este tinha se aproximado de Freud em 1925, mas tornando-se cada vez mais próximo de Adler, de modo que foi convidado para participar de seu grupo de discussão até 1927, quando foi excluído do mesmo por estar "afastando-se" da psicologia Individual (teoria fundada por Adler). Frankl foi desenvolvendo-se profissionalmente com destaque até tornar-se o diretor geral da ala de neurologia, no ano de 1940, onde trabalhou até ser preso, em 1944. Em seu livro, em Busca de Sentido (1991), Frankl conta as experiências que viveu enquanto prisioneiro no campo de concentração, e como através delas foi capaz de extrair um substrato teórico para a sua tese de que o homem vive e se desenvolve psicologicamente em torno da questão do sentido de sua existência.

Neste sentido Frankl (1991) trata sobre muitas ideias novas até o momento à psicologia, e principalmente à Psicanálise, linha teórica de onde foi dissidente. A principal ideia de sua obra é de que o princípio que move o homem não é um princípio do prazer, ou o princípio do poder (como pretendido por Adler), mas sim a Vontade de Sentido: Em suas observações ao sofrimento humano durante o campo de concentração, Frankl foi capaz de perceber que, dentre os sobreviventes, a maioria foram daqueles que tinham um motivo para lutar por suas vidas. Resumidamente, a logoterapia sai do campo de concentração para o consultório, sendo uma das formas mais modernas de humanismo, e é uma forma de psicoterapia centrada no sentido. A ideia de Frankl (1991) é de tirar o foco do ciclo vicioso da neurose e reorientar a pessoa na busca pelo sentido de sua vida; segundo o autor, tornar a pessoa consciente deste sentido de vida contribui muito para a capacitação da pessoa na tarefa de superar a neurose.

Para o autor, este sentido do qual sua teoria repousa não se trata de uma abstração filosófica, mas um sentido concreto singular na vida da pessoa (Por exemplo, ser mãe, casar-se, ficar rico, graduar-se, etc), e a tarefa da logoterapia é ajudar o paciente a encontrar este sentido em sua vida.

O que Frankl nos ajuda em outros termos é a desmistificar parte da visão sobre a terapia, ao retirar o foco do Inconsciente e centrá-lo no sentido da vida humana, dizendo que a pessoa é livre e autodeterminante, a Logoterapia é transportada da Psicanálise ao Humanismo. Neste sentido, a Logoterapia é uma teoria humanista-existencial. Todavia, tamanha é a especificidade teórica da Logoterapia que a mesma se diferencia de todas as demais congêneres e se afirma como uma das mais promissoras correntes deste tipo na atualidade.

Referências : Frankl. V. E. (1991). O homem em busca de sentido: um psicólogo no campo de concentração. Petrópolis: Vozes.

Fonte: psicologia.com.br/colunista/13/" target="_blank">Colunista Murillo Rodrigues