Este é um tema muito abordado no mundo hoje: Grandes corporações, pequenas e médias empresas, igrejas, universidades, política, enfim, muitas pessoas estão sedentas de conhecimentos sobre liderança e como se aperfeiçoarem nesta prática. Inúmeras palestras, cursos, workshops tem dominado o mercado trazendo diferentes temas sobre o assunto, mas afinal de contas, o que tanto material quer nos dizer sobre liderança?

A definição que tenho aprendido sobre liderança é "a capacidade de influenciar e obter seguidores", só que, esta capacidade pode surgir de diferentes maneiras: Líderes de bairro, líderes estudantis, líderes científicos, políticos, religiosos e etc. Ou seja, a primeira capacidade de um líder é a capacidade de mobilização para um objetivo.

Antigamente, tinha-se muito a ideia de um líder messiânico, "salvador da pátria", homem de ferro, que era perfeito e que não poderia demonstrar fraquezas. Aliás, líderes eram considerados aqueles que eram "completos", no sentido de serem polivalentes e terem destreza em todas as causas que lhes fossem atribuídas. Pois este paradigma tem mudado: O mundo líquido (Bauman, 2000) em que vivemos tem desvelado novos processos de formação de liderança: Um dos maiores exemplos que temos é realizado com o auxílio das Redes Sociais – estas que em pouco tempo, com iniciativas quase anônimas ou coletivas, é capaz de mobilizar centenas de milhares de pessoas, como foi nas manifestações de rua do ano de 2013. Essa capacidade de mobilização foi multicêntrica, ou seja, possui vários focos e não foi centrada na figura de uma só pessoa.

Neste sentido, as novas configurações sociais tem despertado novos processos psicológicos que devem ser estudados por nossos cientistas: Outro exemplo disso é o líder temporário – este que é despertado para uma situação específica para um prazo determinado de tempo; Alguém que nunca despontou em nenhuma área de liderança, mas que em determinada configuração social, histórica ou cultural, é compelido à um ato de liderança.

Esses exemplos tem demonstrado que a liderança não é uma capacidade inata, ou uma coisa exercitada 24 horas por dia, mas uma qualidade construída para um período específico de tempo e voltada para um objetivo específico, e são estes líderes focais, que muitas vezes tem despontado em áreas estratégicas da sociedade: Neste sentido, a figura do líder messiânico tem dado lugar, lentamente, à um homem de carne e osso, cheio de singularidade e que é próximo a realidade da "média" populacional.

Referência

Bauman, Z. (2000). Modernidade líquida (P. Dentzien, Trad.). Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor.

Fonte: psicologia.com.br/colunista/13/" target="_blank">Colunista Murillo Rodrigues