Para que haja um bom planejamento de intervenção psicológica, o psicólogo clínico utiliza de técnicas específicas para a realização de um psicodiagnóstico, que é orientado para um objetivo.
[p]De acordo com Cunha (2000) os procedimentos de avaliação psicológica surgiram no fim do século XIX e início do século XX, sua base nessa época eram os testes. Diante disso, é importante destacar que, no que se refere ao psicodiagnóstico, trata-se de um dos modelos de avaliação psicológica, bem como sua atuação restringe-se à clínica. Essas estratégias foram utilizadas primeiramente pelos psicólogos comportamentais e psicanalistas, em seguida os cognitivistas, cada linha de pensamento trabalhava com métodos específicos. A tendência das ultimas décadas é integralização de todo esse aparato metodológico, e mediante a isso, um grande avanço na neurociência.

A autora supracitada destaca a importância da entrevista salientando que ela é preferência entre os psiquiatras, mas adverte que para psicologia ela é um dos elementos utilizados na avaliação do sujeito, nota-se a importância de métodos promoventes do rapport e de riqueza idiográfica e de flexibilidade. O desenvolvimento de métodos de avaliação psicológica possibilitou com que a identificação de casos de co-morbidade fosse melhorada, e no que diz respeito a níveis de psicopatologia a avaliação vem destacando o modelo dimensional. Das estratégias de avaliação merecem destaque os instrumentos de auto- relato, "escalas, inventários e check-lists estão na ordem do dia" (p.22).

A importância de um diagnóstico fiel aos métodos de avaliação psicológica, bem como a necessidade de um procedimento humanitário, ético e respeito ao contexto social do paciente é salientada por Tavares (2003), que destaca que a função da avaliação não é rotular e dizer exatamente o que o sujeito é, mas sim descrever suas características levando em consideração o seu desenvolvimento. Diante disso ressalta-se a importância da plena sabedoria das limitações dos instrumentos de avaliação, estando aberta sempre a novas considerações. Isso porque para um psicodiagnóstico conciso é necessário o conhecimento dos melhores meios.

Fonte: CUNHA, Jurema Alcides, Et al. Psicodiagnóstico – V. 5 ed. Revisada e ampliada – Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
TAVARES, Marcelo. Validade Clínica. Revista Psico USF, v 8, p. 125-136, 2003.