O repertório verbal corresponde em boa parte do repertório geral do comportamento humano. Apesar de pouca aceitação de seu trabalho na época em que foi lançado (1957) o estudo apresentado por Skinner "O comportamento verbal" tem sido uma fonte importante de estudos acerca do assunto. Enquanto em um operante não-verbal há uma relação diretamente mecânica com a resposta, no operante verbal isso não ocorre, ou seja, a conseqüência é mediada por um ouvinte, que participa de uma comunidade.

Não se pode definir topograficamente esse tipo de resposta, mas deve-se abordá-la funcionalmente, ou seja, pelo impacto sobre o ouvinte, analisa-se a interação entre o falante e o ouvinte. A compreensão do fenômeno não deve se dar como comunicação, representação ou expressão, mas, sim, com adaptação.

Existem alguns tipos de comportamentos verbais, são estes: tatear (respostas discriminatórias ocorridas com a presença do estímulo, descrevendo-se as propriedades de um estímulo interno ou externo à pele), mando (envolve motivação ou afeto com o intuito de diminuir a privação), ecoar (unidades básicas das palavras são repetidas com o intuito de reproduzir a palavra original), comportamento textual (respostas visuais correspondentes a estímulos auditivos mantidas por reforçamento social), intraverbalizar (estabelecimento de conexões entre as palavras) e autoclítico (falar sobre outro comportamento verbal).

Por fim, deve-se considerar que assim como o comportamento simples, o comportamento verbal pode ser estudado através da análise funcional, de forma a considerar não só os eventos antecedentes, mas as consequências, e segue os mesmos princípios operantes do repertório não-verbal.

Referência: BARROS, Romariz da Silva. Uma introdução ao Comportamento verbal. Revista Brasileira de Terapia Cognitivo Comportamental. V. 5, n. 1, São Paulo, junho de 2003.