Segundo Urbina (2006) Os primeiros testes psicológicos surgiram no final do século XIX e meados do século XX, em convergência com o estabelecimento da Ciência Psicológica. Os testes de habilidade mental e personalidades foram os mais utilizados na primeira metade do século XX. Muitos pesquisadores não aplicavam princípios psicométricos, éticos e práticos para a utilização dos testes, em função disso houve o interesse em desenvolver fundamentos metodológicos que possibilitassem maior segurança com relação às proposições e resultados.

Não se pode dizer com exatidão o que uma pessoa é, portanto a validade não é algo extremo fundamentado num resultado absoluto, mas sim baseada em uma medida e depende da finalidade em que se quer empregar o teste. Assim, qualquer pesquisador ao utilizar os métodos necessários pode realizar um estudo para determinado objetivo, mesmo que este não tenha sido planejado pelo criador do teste (Urbina 2006).

É importante para a compreensão de validade a elucidação do termo constructo, que nos moldes atuais diz respeito ao que o teste vai medir, ou seja, o traço psicológico que o pesquisador pretende observar através do testes, bem como as inferências feitas com a disponibilização dos escores. A função da validade é justamente verificar se os testes conseguem representar esses constructos e em que medida fazem isso (Urbina 2006).

Dentre os procedimentos psicométricos para estimação de evidencias de validade estão as baseadas no conteúdo, que geralmente é aplicado aos testes educacionais para verificar a capacidade de aprendizagem de um constructo ensinado anteriormente, validade baseada no processo que consiste nas análises do constructo e dos itens para verificação das dificuldades cognitivas oriundas da incompreensão do teste.

Outra fonte de evidência baseia-se nas análises dos itens, que é a comparação, em um estudo correlacional, de cada item isolado com o resultado total do teste para a verificação da representação do item com relação ao teste, e a análise fatorial que verifica quais itens se agrupam e se esse agrupamento representa o constructo (Couto, Primi e Campos, 2005).

O estudo de validade de um teste tem a função de fornecer evidências científicas ao instrumento, para que ele possa ser utilizado no mercado. A validade é o principal passo para que isso aconteça, pois, utiliza de métodos que levam em consideração as variações socioculturais e temporais de determinado grupo.

Fonte: COUTO, G.; PRIMI, R; CAMPOS, H. R. Psicometria Clássica: Aspectos Gerais da Teoria dos Testes Psicológicos. Revista FACED, n. 3, p. 171-191, 2005. Urbina, Susana. Fundamentos da Testagem Psicológica. Porto Alegre: Artmed, 2007.