Caso você seja estudante de psicologia, ou psicólogo, certamente já ouviu falar sobre as técnicas projetivas. Estas, são instrumentos de avaliação psicológica, amplamente utilizadas nos consultórios clínicos ou outros ambientes. São diferentes das escalas e inventários, por exemplo, pois procuram características latentes, que não podem ser observadas diretamente. Alguns exemplos de técnicas projetivas são o Teste Palográfico, o Teste da Casa, Árvore e Pessoa (HTP), dentre outros.

Apesar de amplamente utilizadas na profissão do psicólogo, as técnicas projetivas apresentam questionamentos em avaliação psicológica quando se fala em precisão, validade e normatização, ou seja, essa dificuldade se dá quanto à origem dos procedimentos utilizados para a obtenção dos resultados. Essas técnicas provém de um enfoque clínico onde se procura o máximo de informações acerca do indivíduo com o objetivo de diagnosticar e intervir. Sendo estes procedimentos de fundamentação psicanalítica em que se amplia o conceito de "projeção" como mecanismo de defesa, mas como algo que expresse um pouco da individualidade e do mundo interno de cada testando. Mesmo sendo a teoria que fundamenta o método, isso não isenta a utilização dos métodos científicos para verificação da validade desses resultados dos testes (Villemor-Amaral, 2006).

O que diferencia as técnicas projetivas das demais se diz quanto ao modo de expressão ou quanto aos processos psíquicos, bem como da metodologia. Esses instrumentos, apesar de não oferecer uma precisão nosográfica, tem o intuito de apresentar aspectos latentes do sujeito (Villemor-Amaral, 2006).

Esses métodos projetivos destacam-se por identificarem aspectos que certas escalas e inventários não são sensíveis. Por último, vale ressaltar que essas técnicas possuem dificuldades metodológicas, mas não podem ser descartadas e carecem de maiores estudos (Villemor-Amaral, 2006).

Fonte: Villemor-Amaral, A. E. (2006). Desafios para a cientificidade das técnicas projetivas. In: A. P. Noronha, A. A. Santos, & F. F. Sisto, Facetas do fazer em avaliação psicológica (pp. 163-171). São Paulo: Vetor.