O texto abaixo não tem o interesse de ser uma lista científica sobre nenhum tipo de comportamento alheio, mas uma breve reflexão pedagógica para alertar (se posso usar este termo), as pessoas para situações cotidianas que podem ocorrer no ambiente de trabalho (seja em um emprego, faculdade, ou qualquer grupo). Fica uma reflexão sobre os "tipos" que podem ser encontrados:

1) Pessimista: Este tipo de pessoa é quase como um vampiro emocional – com o seu desânimo, parece sugar as forças positivas de uma equipe. É uma pessoa que nunca motiva ou é motivada à nada, e dificilmente é desafiada a sair de sua zona de conforto. É uma pessoa que se justifica demasiadamente, de modo que pode se manter em sua "área de segurança". Este tipo de pessoa pode contagiar a equipe com a preguiça, procrastinação, reclamações e etc. Uma pessoa que nunca reforça positivamente os seus companheiros, está fadada a viver em um ambiente sem desenvolvimento.

2) Fofoqueiro: Este tipo de pessoa leva sempre uma equipe a conflitos interpessoais, que às vezes podem ser incontornáveis. A necessidade de difundir informações sobre a vida de outrem, é um comportamento que nada contribui para confiança em um grupo, de modo que a informação fica bastante abalada e prejudicada. É uma pessoa que não contribui para a criação de laços afetivos significativos, pois sempre põe a prova a confiança em um grupo.

3) Mau educado: Este é um dos mais comuns no mercado de trabalho, e pode ser uma pessoa com um humor alterado por constituição da personalidade ou por mera força de contexto. Este tipo de pessoa é particularmente muito complicada de se lidar porque gera muitas restrições no meio de trabalho e tem uma profunda capacidade de minar a liberdade de comunicação de um ambiente.

4) Moroso: Este é um termo usado para definir uma pessoa lenta ou "enroladora". Sim, aquelas que poderiam fazer uma simples tarefa em 10 minutos, mas levam 2 horas para realizá-la, são as que tem uma capacidade intensa de desarmonizar uma equipe pelo simples fato de serem muito limitadas para assumirem responsabilidades coletivas: A equipe já sabe que não pode contar com a pessoa e se organiza para dividir as funções sem a ajuda da mesma, o que pode sobrecarregar de trabalho os outros. Esta pessoa exige dos demais companheiros uma carga muito grande de paciência.

5) Orgulhoso: Esta pessoa é, particularmente, uma das mais perigosas para uma equipe, pois pode ser encontrada em várias versões, sendo que algumas delas são as mais comuns: Aquele que nunca pode admitir um erro, pois não tem capacidade de lidar com os próprios fracassos de maneira construtiva; Pode ser aquela pessoa com o narcisismo não tratado, de modo que funcione como se todos ao seu redor devessem apreciar suas opiniões; Pode ser aquele formador de sub grupos, por ser seletivo demais para andar e se comunicar com pessoas que não estão "no mesmo nível".

6) Aproveitador: Esta é aquela pessoa que se aproveita das pessoas, situações e estruturas para tirar vantagens pessoais, consumindo para isto a menor quantidade energia possível. Esta pessoa alimenta a revolta e a desconfiança de todos pois aparece como um ladrão de energia psicológica e de tempo da equipe. Esta pessoa pode ser facilmente identificada por ser alguém que nunca está disposto a ajudar quando solicitado (podendo eleger muitas desculpas para não fazer algo), mas estando sempre pronta a receber qualquer coisa que seja.

7) Rebelde: Esta é a pessoa com o típico "Complexo de Gabriela" ("Eu nasci assim, eu cresci assim, vou ser sempre assim"). Geralmente tem certa dificuldade de acatar comandos ou ordens de superiores, e aproveita-se das brechas institucionais para tirar vantagem a seu partido, sendo neste sentido, alguém muito próxima à alcunha do aproveitador. No fundo esta pessoa pode ter algum problema não muito bem resolvido com a figura paterna, ou mesmo usar deste artifício em uma tentativa inconsciente de afirmar a sua identidade. Usam o artifício da transgressão como forma de romper o dilema da invisibilidade. Todavia, este tipo de pessoa, é um potencial desafiador, opositor e criador de conflitos desnecessários, sendo que precisa ser tratado para não contagiar a organização com qualquer tipo de desconforto.

Dentre as várias possibilidades de pessoas acima citadas, deve-se ressaltar que, via de regras não se trata de nenhum quadro psicopatológico, mas sim de pessoas em dinâmicas que favorecem comportamentos inapropriados. Qualquer pessoa desta pode ser "recuperável" em uma equipe, desde que existam condições ambientais e subjetivas para tal. Lembrando que um dos fatores mais importantes para a criação de um clima de companheirismo e comprometimento de uma equipe é a não "cultura do descarte": Pessoas são singulares, inclusive nos trabalhos, e não meros "funcionários substituíveis". Devemos nos precaver deste tipo de situação, mas sempre acreditando no potencial transformador do ser humano.

Fonte: psicologia.com.br/colunista/13/" target="_blank">Colunista Murillo Rodrigues