O trabalho de avaliação é fundamental para a atuação do psicólogo. Neste processo ocorre uma compreensão sistemática do fenômeno, o que delimita um caminho para tomada de decisões: laudos, intervenções terapêuticas, encaminhamentos. Assim, é de suma importância que o profissional, nos mais diversos contextos de atuação, saiba conduzir este processo, abarcando todas as possíveis variáveis envolvidas. No caso da avaliação dos sujeitos que estão acometidos por algum adoecimento, há algumas especificidades que exigem que se considerem aspectos fisiológicos, sociais e culturais.

Para a obtenção de dados importantes, sugere-se que sejam consideradas algumas principais etapas no processo da avaliação:

Anamnese: esta etapa é fundamental, pois remonta a história de vida do paciente e, assim, fornece dados para que toda a avaliação seja compreendida e analisada à luz da singularidade do sujeito. Nesta etapa, em que geralmente há o primeiro contato com o paciente, é importante realizar a observação clínica, que consiste em observar o modo como o paciente se porta, suas reações, a forma como se veste, modo de falar, o que é fundamental para a avaliação qualitativa. O roteiro de anamnese deve ser flexível para cada caso, porém, faz-se importante considerar alguns aspectos, tais como, dados de identificação (sexo, profissão, estado civil, religião, escolaridade, etc.); queixa principal; história da doença atual; antecedentes familiares; contexto social; hábitos e rotina, entre outros.

Exame psíquico: durante a etapa da anamnese é importante a realização da avaliação do estado geral das funções do paciente como: atenção, orientação, memória, percepção, pensamento, linguagem, consciência, volição, humor e afetividade, entre outras.

Avaliação física e exames complementares: para uma avaliação aprofundada e que considera as diferentes etiologias do processo de adoecimento, faz-se necessário dados sobre exame físico e neurológico, bem como exames médicos complementares (laboratoriais, neurofisiológicos, etc). Esta avaliação física, realizada por outros profissionais, oferece dados importantíssimos para o diagnóstico diferencial e demais condutas do psicólogo.

Por fim, ressalta-se que o bom processo de avaliação resulta na boa capacidade de integrar e sintetizar os diferentes dados obtidos, matendo-se sempre uma postura éticae flexível, compreendendo que a avaliação resulta apenas em hipóteses e não em verdades absolutas.

Referências

BARLOBW, David H.; DURAND; V. Mark. Psicopatologia: uma abordagem integrada. 4 ed. São Paulo: CENGAGE Learning, 2008.