Em meio à ditadura da felicidade, acreditamos que tudo deve estar sempre em seu devido lugar e a vida deve ser, sim, um mar de rosas. Qualquer coisa que fuja ao padrão ditado ou que se liga à desordem é sinônimo de fracasso. Agimos como se houvesse receitas para uma vida plena, como se a plenitude fosse possível. Assim, ignoramos o sofrimento com pílulas e com um padrão de vida em que não há tempo para choros ou sofrimentos, para olhar para si mesmo, para refletir.

Através desta frase "A Vida não é colorida, é colorível!", podemos começar a questionar algumas naturalizações e determinações. Afirmações absolutas que dizem o que a vida é ou como deve ser e pronto! É possível começar a compreender que o mais caro está no processo, na travessia, no caminho. Minha vida é uma construção histórica e cotidiana e eu sou o sujeito ativo construtor e pintor desta cena. Apesar do material já ser oferecido a mim, existem diversas possibilidades de rearranjos, de combinações que cabe eu descobrir. Assumir o papel de protagonista da sua história é agir na possibilidade de que a felicidade pode estar em cada etapa do caminho e não apenas no fim "cor de rosa" da jornada, após todas as conquistas idealizadas ou ditadas!

Fonte: psicologia.com.br/colunista/15/" target="_blank">Stéfany Bruna