A criança é um ser fisicamente, psicologicamente e legalmente dependente de seus cuidadores. O contexto familiar no qual a criança está inserida é a base fundamental para seu desenvolvimento, sendo que as interações sociais que a criança realiza a constituem enquanto sujeito. Assim, jamais se pode desvincular a compreensão da criança da compreensão de seu contexto e de sua família, pois estes são partes constituintes de sua personalidade e comportamentos.

Ao ser levada para psicoterapia, a criança tem um sintoma que é reconhecido/atribuído por terceiros – os pais, os professores – assim, a mudança não é necessariamente desejada pela criança. Portanto, é sempre necessário distinguir o significado deste sintoma e de quem ele realmente diz. Como um sistema, muitas vezes a família projeta em um dos membros (geralmente o mais frágil) atributos indesejáveis.

Neste processo a criança torna-se, muita das vezes, porta-voz de um sintoma que é da família. Família e ambiente adoecidos produzem nas crianças comportamentos e atitudes sintomáticas. Deste modo, cabe aos profissionais e a todos nós sempre nos questionarmos se é necessário mudar unicamente a criança, se é ela a raiz de todo o problema e de que tipo de mudança estamos falando.

Fonte: psicologia.com.br/colunista/15/" target="_blank">Stéfany Bruna