O envelhecimento pode ser compreendido enquanto uma das fases que constituem o ciclo vital. Nós nascemos, crescemos, envelhecemos e morremos, assim, como um processo natural e inevitável (apesar das diferentes formas de retardá-lo), faz-se necessário saber lidar com este momento e com todos os aspectos biológicos e sociais que estão envolvidos nesta fase.

Apesar de um momento gratificante, afinal a pessoa viveu toda a vida e chegou finalmente apesar dos pesares nos fios brancos, há muitas vezes expectativas negativas em torno desta fase. A temida senilidade e o declínio que ela representa, como as perdas cognitivas, o afastamento de antigas atividades sociais, a debilidade do corpo e a proximidade com a morte podem gerar diversas angústias e sofrimento. Na velhice, o sujeito é confrontado, ainda mais, com aquilo que sempre temeu: as perdas e a incompletude.

Neste momento realiza-se um retrospecto, avaliando-se o que foi construído durante a vida. Isto pode tanto oferecer o suporte necessário para a satisfação do indivíduo, quanto em alguns casos gerar culpa e instabilidade emocional. Apesar das inevitáveis limitações, torna-se importante compreender que na velhice há a possibilidade de se desfocar, em parte, dos prazeres e necessidades do corpo (que não é mais o mesmo) e das metas e pressões sociais e, assim, focar-se em outras virtudes trazidas pela experiência. Todavia, tal transição não é fácil!

A questão é que a vida não para com a velhice, ela apenas continua de outra forma e deve, portanto, ser resignificada. O idoso deve compreender que o desenvolvimento é marcado por perdas e ganhos, com momentos de predomínios de um ou outro, em um processo de constante interação entre o indivíduo e a cultura. É desejável que haja um engajamento por do indivíduo na construção e vivência de uma velhice saudável. O fortalecimento das capacidades cognitivas através da educação, motivação e atividades relacionadas à saúde assim como a formação e manutenção de redes sociais de apoio são muito importantes para um envelhecimento agradável, entre outros aspectos que devem ser analisados pelo indivíduo na especificidade de seu contexto social.

Fonte: psicologia.com.br/colunista/15/" target="_blank">Stéfany Bruna