Após ser mãe de primeira viajem e vivenciar todas as incríveis descobertas da maternidade, ser mãe pela segunda vez também se torna um momento maravilhoso. A família está aumentando, ocorrem novos planos e projetos e o fato é que existe uma nova mãe e um novo pai, que embora sejam os mesmos são diferentes dos que foram outrora. Neste contexto, uma das grandes preocupações é com o primogênito que ganhará um irmãozinho. Será que ele se adaptará à nova rotina? Será que está gostando da ideia? Ele amará o bebê ou ficará enciumado? Como os pais podem lidar com isso?

Se o novo bebê gera mudanças em diferentes instâncias, não há como ignorar o fato de que ele afetará de alguma forma a criança que antes era "única". Com os preparativos para a chegada a criança já perde parte do trono para a Majestade Bebê e com a chegada efetiva o centro das atenções muda radicalmente. Portanto, reações de ciúmes manifestadas com irritabilidade e implicância para com o irmãozinho podem ocorrer; há também muitas crianças que regridem e começam a engatinha, voltam a chupar chupeta, etc. Esta regressão pode ser compreendida tanto como um modo buscar a atenção que o bebê recebe, tanto como uma forma de retornar a momentos em que a criança obtinha prazeres de modo primitivo. A questão é que a relação da criança para com o novo bebê é ambígua: ela o ama, pois ele é seu irmãozinho e todos falam que isso é ótimo, que ele será seu amigo e companheiro; por outro lado, ela também o odeia, pois depois de sua chegada tudo mudou e não é fácil ver seus pais darem tanta atenção para outra pessoa.

Neste dilema é fundamental que os pais assumam uma postura que facilite a elaboração da criança diante deste novo evento, para que ela possa lidar com todos estes conflitos. Os pais devem criar o espaço do irmão mais velho e convocar a criança para ocupá-lo, mostrando a ela a importância de seu novo papel: ela pode ajudar os pais e futuramente será aquela que ensinará um montão de coisas para o irmãozinho menor. A criança deve se sentir ativa e participante deste momento, ajudando na escolha dos detalhes. A fim de amenizar os conflitos, os pais devem esclarecer à criança o que é esperar e receber um bebê e o que está envolvido nisto, relembrando à criança de que tudo também foi feito quando ela era um bebezinho. A criança deve compreender que também teve seu momento e que agora ocupa um novo papel, diferente mas não menos importante!

Fonte: psicologia.com.br/colunista/15/" target="_blank">Stéfany Bruna