A escola, além de um local de formação acadêmica, é uma importante instituição de socialização. Como espaço em que as crianças passam grande parte de seu tempo, relacionando-se entre si e com adultos, cabe-lhe um papel fundamental no desenvolvimento social, provendo modelos (comportamentos e atitudes) e promovendo o desenvolvimento de competências e habilidades sociais (Casares & Moreno, 1998).

Simultaneamente, é nesse complexo cenário de convivência que cada criança estará constituindo-se como sujeito; ao relacionar-se com os outros, estará também construindo uma identidade pessoal. Aprender a conviver e aprender a ser, dois dos quatro pilares propostos por Delors (1999) como base da educação para o século XXI, está, a nosso ver, radicalmente interligado: um processo não é possível sem o outro. (…)

O desenvolvimento de habilidades sociais é um dos aspectos mais sublinhados por pesquisadores como forma de melhorar a convivência, pois o desenvolvimento de habilidades sociais leva a um aumento da competência interpessoal ou competência social. (…)

As habilidades sociais devem ser ensinadas direta e sistematicamente (Casares & Moreno, 1998). Isso implica incluí-las no currículo escolar, delimitando um tempo específico e desenvolvendo atividades didáticas para a obtenção dos objetivos propostos.

Um repertório elaborado de HS, bem como a competência social na infância, estão diretamente relacionados ao bem-estar e são fatores de proteção a um desenvolvimento saudável, já que aumentam a capacidade da criança em lidar com situações adversas e estressantes (Del Prette & Del Prette, 2005; Maia, 2006).

Trechos do artigo De Peter Pan a Pinóquio: o desenvolvimento da habilidade de autocontrole e a convivência escolar, de Denise da Silva Maia e Mariana Bernardes Goulart, publicado na Revista Electrónica de Investigación y Docencia, n. 11. 2014.

Fonte: Blog do Cape