O Movimento Infância Livre de Consumismo nos convida a refletir, a partir deste texto de Andreia Mortensen, sobre as prioridades que a nossa sociedade vem estabelecendo no processo educacional das crianças. Historicamente, a educação formal e informal vem se fundamentando em métodos punitivos, coercitivos e meritocráticos. Em um mundo onde prioriza-se a punição, Andreia propõe como alternativa a prevenção e o acolhimento, acreditando ser essa uma possível forma de romper com o ciclo vicioso de violência que vivemos. Aparentemente, a punição é o caminho mais imediato e mais fácil, entretanto, quando pensamos sobre os objetivos da educação compreendemos que as consequências a longo prazo dos atos coercitivos e punitivos podem não favorecer, e em muitos casos prejudicar a formação da criança. Leiam esta breve reflexão e se questionem se o caminho mais curto da punição é realmente o melhor caminho.... Se este não é o único caminho, que tal pensarmos juntos nas alternativas?

"Vivemos numa cultura onde ainda acredita-se que punir é educar. Onde prevenção não é prioridade. Onde lidar com consequências, mascará-las, varrer para debaixo do tapete, é mais importante do que ENTENDER como chegamos a esse ponto para tentar então prevenir a violência generalizada.

Falamos em punir mais, violentar mais, e punir ainda mais a violência que é gerada nesse ciclo. Não paramos para pensar em prevenção. Em educação. Em acolhimento. Em diminuir desigualdades sociais.Só em punir as consequências disso. Sem resultados em diminuição de violência. Mas o que importa, vamos punir mais e mais, que importa se não está adiantando? A ilusão da punição, como solução, é o importa."

Andreia Mortensen

Fonte: Criança em questão