Na correria do mundo moderno, recebemos um bombardeio de informações e temos a ilusão de que podemos dar conta de tudo. Por isso, na opinião de Ana Raia, coach de vida e carreira, é difícil achar quem não seja ansioso.

E, por que tanta ansiedade? Pergunta Ana Raia, que participou de um debate sobre o imediatismo da vida moderna. E como essa atitude pode afetar o desenvolvimento das crianças? Ela mesma responde.

"Vivemos num mundo muito acelerado, que exige demais da gente. Vivemos correndo atrás de solicitações infinitas. E não sabemos como lidar com isso. As nossas mentes estão muito inquietas. Existe um bombardeio de informações, que não conseguimos gerenciar", explica. Para mostrar a importância de que é preciso cuidar sem pressa, Tylenol promoveu um debate sobre o imediatismo da vida moderna, durante lançamento da campanha "Cuidar é mais que aliviar". Participaram do debate, além de Ana Raia, a psicóloga e educadora Rosely Sayão e o médico pediatra, Hany Simon. A moderação foi feita pela atriz e apresentadora Fernanda Rodrigues.

Ana entende que a maioria das pessoas tem a ilusão de que pode dar conta de tudo e em um cenário de muitas solicitações, busca sempre a perfeição. "Isso gera uma ansiedade interna que está impactando demais nossas vidas. A gente não se conecta direito com as pessoas. A ansiedade pressupõe que você está sempre olhando para o futuro. Está sempre vivendo ou pensando no que você tem que fazer. Raramente você está presente", argumenta.

Com isso, a orientadora de carreira e vida acredita que as pessoas não conseguem se conectar corretamente. E perdem muito porque a ansiedade tira a paz interna de fazer escolhas conscientes.

"Estamos agindo muito no automático. Acaba sendo um padrão de comportamento comum a todos nós que tira o equilíbrio e qualidade de vida", afirma Raia.

E tudo isso, em sua opinião, impacta diretamente na criação dos filhos. No momento em que as pessoas vivem ansiosas e querem alcançar tudo, rapidamente, esperam que os filhos ajam da mesma forma.

"Existe pouca compreensão. A gente acelera o crescimento natural. E eles acabam, pelo nosso exemplo, também se tornando ansiosos, imediatistas. Não conseguem esperar. Não conseguem ter paciência nem lidar com emoções incômodas", lamenta Ana Raia.

E pior, segundo ela, é que as crianças, no fundo, também estão sofrendo: "Acho que essa ansiedade nós acabamos passando para elas. Isso as está impactando demais. As crianças estão crescendo mais nervosas, com pouca conexão interna com seu mundo interior. Cria-se um ciclo em que o mundo exterior também espera que a gente aja rapidamente. E, com nosso imediatismo, desejamos que as crianças também respondam rapidamente. Isso está trazendo muito impacto negativo", adverte.

Ana Raia também disse que as pessoas acabam pautando suas vidas com objetivos de curto prazo, porque não sabem esperar. E, com objetivos imediatos, abrem mão de seu sonho e do que é mais importante para suas vidas.

Fonte: Globo.com