A orientação profissional é uma prática específica do psicólogo, principalmente do psicólogo escolar, que tem se tornado comum diante da crescente demanda de jovens e adolescentes ansiosos com os processos de seleção para as universidades. Além disso, acrescenta-se a influencia da pressão social existente em torno da futura profissão e das carreiras.

O trabalho de orientação profissional com enfoque sócio-histórico, critica a noção de vocação ou habilidades inatas, daí o rompimento com o termo "orientação vocacional". Na verdade, a orientação profissional visa conhecer as identificações e discrepâncias entre o sujeito e a profissão, levando em conta a história do indivíduo e de suas experiências singulares em relação à futura profissão.

Assim, defede-se a ideia de que as caracteristicas do homem são adquiridas na sociedade. Portanto, ninguém nasce com "dom" para médico, para advogado ou arquiteto. As identificações com determinadas profissões se dão fundamentalmente a partir de um proceso histórico e cultural de experiências vivenciadas pelo indivíduo.

Na perspectiva sócio-histórica busca-se analisar os julgamentos, imposições e valorações socias, juntamente com as perspectivas e anseios do sujeito. Sob ese enfoque concebe-se a orientação professional como um processo de conhecimento que causará uma dissonância entre as novas e velhas informações, posibilitando a criação de uma nova significação de si e de sua escolha. Dessa forma, a orientação profissional se constitui como um espaço de reflexão e organização dos aspectos psicológicos, da concepção de profissão e do conflito entre eles, permitindo a partir das informações e dados sistematizados um modo de lidar com as angústias em torno das escolhas.

Referência: Bock, Silvio D. Orientação Professional: a abordagem sócio-histórica. São Paulo: Cortez Ed., 2002