O autismo possui causas genéticas muito diversas sendo a maioria delas ainda desconhecidas. Aproximadamente 1% das pessoas com autismo tem a falta de um gene chamado Shank3, que é crítico para o desenvolvimento cerebral. Sem esse gene os indivíduos desenvolvem sintomas típicos de autismo que incluem comportamentos repetitivos e aversão a interações sociais.

Dessa forma o estudo de casos envolvendo defeitos no Shank3 pode ajudar os cientistas a entender melhor os mecanismos neurobiológicos do autismo.

Nesse novo estudo, Feng e colaboradores desenvolveram engenharia genética em ratos, desligando o gene Shank3 durante o desenvolvimento fetal, mas com a possibilidade de ligá-lo novamente através da adição de tamoxifeno na dieta do rato.

Quando os pesquisadores ligaram o Shank3 nos ratos adultos, isso foi capaz de eliminar os comportamentos repetitivos e as tendências a evitar interações sociais dos ratos. Quando o gene foi ligado em fases anteriores da vida, apenas 20 dias do nascimento, a ansiedade e coordenação motora dos ratos também melhorou.

Essa pesquisa demonstrou que a restauração das funções do gene Shank3 inverte sintomas do autismo e isso sugere que a terapia genética pode vir a revelar-se como uma terapia eficaz para essa doença.

Para a pequena população de pessoas com mutações no gene Shank3, estes resultados também sugerem que o reparo genético pode melhorar sintomas de autismo mesmo em fases posteriores da vida.

Fonte: Rede Psi