O grande equívoco das famílias, e propagada pelos meios de comunicação, é o de que as crianças podem e devem receber ‘tudo’ dos pais.

Por conta disso, muitos pais desde cedo, não ensinam aos filhos que errar, falhar, se equivocar e cair, faz parte do crescimento.

Aceitar que tem limites, é aceitar que somos castrados, no sentido psicanalítico do termo, e isso nos torna humanos.

‘Quando os pais, a família e a sociedade dizem o tempo todo que é preciso conseguir, conseguir, conseguir, massacram aos filhos.... Aprender a lidar com o fracasso evita que ele se torne algo destrutivo! (Jean Pierre Lebrun, psicanalista belga, entrevista 2009 revista veja)

Essa frase tão esclarecedora vem ilustrar o que repetidas vezes dizemos, que os pais precisam ensinar aos filhos que eles nem sempre vão acertar! E isso vale para os pais e para os filhos.

Recentemente pudemos ler a entrevista, na mesma revista, de uma educadora, ex-reitora de uma das mais prestigiadas universidades, Stanford (Califórnia), Julie Lythcott-Haims, dizendo o que tinha vivido junto aos alunos durante sua experiência de 13 anos na universidade. Seus alunos adultos se comportavam como crianças. Eram oriundos de famílias superprotetoras, que no intuito de facilitar muito a vida dos mesmos, tinham exagerado e prejudicado, pois não os tinham preparados para enfrentar as adversidades da vida. Assim, os jovens tinham se tornado pessoas com dificuldades para fazer escolhas, desde as mais simples até as mais importantes e complexas relacionadas aos estudos e trabalho.

Quando uma criança aprende desde cedo que tem coisas que recebem dos pais e outras terão que buscar, descobrem que tem potencialidades, desenvolvem recursos psíquicos para vencer desafios e se maravilham com seus resultados.

Em relação a esse segundo exemplo, podemos falar da filha do magnata e ex-prefeito de Nova York, Georgina Bloomberg, que aprendeu cedo a superar desafios. Mesmo tendo sido educada em uma família bilionária que lhe proporcionou muitas facilidades materiais, o que poderia ter passado a mensagem equivocada de que "poderia ter tudo", ela escolheu fazer hipismo: ‘ Tenho muito amor pelo esporte. Não importa quem você é ou o que tem, no esporte todos tem a mesma chance’, disse a jovem a um jornalista. (Globonews).

Essa moça desde os quatro anos pratica o esporte, faz parte da equipe de Hipismo do Estados Unidos e participou recente dos jogos Pan-americanos. "Eu sabia que não poderia comprar uma medalha" disse ao jornalista. Ela aprendeu que teria que conquistá-la.

Então, senhores pais, ensinem a seus filhos que a frustração faz parte da vida e que as conquistas são alcançadas por méritos próprios.

Pois se não o fizerem, transmitirão a crença "enlouquecedoura" de que podem dar tudo para eles, deixando-os em uma posição de dependentes e infantis!

Fonte: Blog da escuta analítica