Adaptação ao jardim de infância. Este é um tema que, tal como muitos outros que envolvem crianças, se pode tornar complexo e gerar uma série de dúvidas, sobretudo para os pais e encarregados de educação. Foi o pretexto para uma conversa com Guida Fagundes, educadora de infância, que simplificadamente desmistifica alguns factos sobre o tema.

Deixamos-lhe, ainda, algumas dicas úteis que poderá seguir para que você e o seu filho deixem de encarar o jardim de infância como um bicho-papão.

Separação em pequenas doses

A adaptação a um novo espaço e a novas pessoas é um processo intrínseco ao desenvolvimento do ser humano e que se inicia desde muito cedo. A entrada para o jardim de infância, que regra geral ocorre a partir dos três anos (idade recomendada por educadores de infância e pediatras), representa, para muitas crianças, o primeiro passo rumo à independência em relação aos pais, os quais se veem obrigados a repartir a confiança e a responsabilidade de educar os seus filhos.

«A adaptação das crianças deve ser progressiva pois cada uma tem a sua dinâmica e o seu ritmo próprio e cada uma leva o seu tempo para se ambientar ao novo espaço físico, às outras crianças e também aos adultos que passarão a fazer parte do seu dia a dia», explica Guida Fagundes, educadora de infância, há 18 anos.

Cada caso é um caso

De acordo com esta especialista, «não existe uma duração exata do período de adaptação, ou seja, há crianças que levam uma semana, outras um mês ou até mais, dado que este processo também depende das características pessoais de cada um e da relação que mantêm com os pais». Além disso, importa salientar que algumas crianças precisam «de uma atenção especial e de algum colinho ou alguma conversa com um adulto», enquanto outras se mostram, desde logo, «muito autónomas e independentes e exploram livremente o novo espaço».

E quais a reações as típicas por parte das crianças nesta fase? A educadora de infância explica. «Nem todos reagem da mesma forma. Umas ficam logo muito bem dispostas, outras choram e/ou gritam e há, ainda, outras que rejeitam a alimentação. A experiência de não ter a exclusividade da atenção é apenas uma das muitas que o seu filho terá neste período e que estará na base deste tipo de reações».

Fonte: Sapo