Estimativa foi obtida graças ao uso de uma nova metodologia para calcular o tamanho das sinapses cerebrais

A capacidade de armazenar dados no cérebro é de no mínimo 1 petabyte, ou o equivalente a 1015 bytes. É o que estimaram pesquisadores do Instituto Salk para Estudos Biológicos, em La Jolla, Califórnia. Essa estimativa é dez vezes maior do que avaliações anteriores e foi obtida graças ao uso de uma nova metodologia para calcular o tamanho das sinapses cerebrais.

As memórias são o resultado de padrões de atividade elétrica e química no cérebro. Uma parte importante dessa atividade ocorre nos pontos onde os neurônios se conectam, chamados de sinapses. Cada neurônio pode desenvolver milhares de sinapses, que o conectam com milhares de outros neurônios. Sinapses maiores são mais fortes e têm maior capacidade de ativar os neurônios ao redor do que sinapses de pequeno ou médio porte.

Análises anteriores já revelavam que a capacidade de armazenamento de um neurônio está relacionada ao tamanho de suas sinapses. Estas eram classificadas em três categorias: grandes, médias e pequenas, e a diferença entre grandes e pequenas chegava a um fator de 60 vezes.

No novo estudo, os pesquisadores buscaram comparar as diferenças de tamanho com mais detalhe. Para isso, fizeram reconstituições em 3D do tecido do hipocampo (a parte central da memória no cérebro) de ratos usando algoritmos computacionais e microscopia avançada. As técnicas permitiram reconstruir o tecido cerebral com precisão nanométrica, preservando detalhes sobre forma, volume, tamanho e número de conexões dos neurônios e sinapses.

A modelagem identificou nada menos de 26 diferentes categorias de tamanhos para as sinapses, cada um associado a uma intensidade de conexão entre os neurônios. Com base nesses dados, foi possível estimar um valor médio, de 4,7 bits de informação, para a capacidade de armazenamento de cada sinapse. "Escondida sob a aparente confusão do cérebro, há uma precisão quanto ao tamanho e formato das sinapses de que não desconfiávamos", disseram os autores.

Fonte: Instituto Ayrton Senna