Nos estudos do desenvolvimento humano e de suas fases destaca-se, sobretudo, o estudo da infância e da adolescência. Hoje, com o aumento da expectativa e qualidade de vida, cresce também os estudos sobre a velhice e os processos de envelhecimento. O estudo da vida adulta é recente e na ênfase sobre as outras fases do desenvolvimento, a vida adulta torna-se uma etapa pouco discriminada. Apesar disso, torna-se necessário identificar e problematizar as especificidades deste período tão significativo na vida do homem.

A vida adulta representa um momento de plenitude e maturidade física, ao mesmo tempo em que se começa a delimitar seu possível declínio. O amadurecimento psicológico estará fundamentalmente ligado às vivências construídas nas fases anteriores, visto que amadurecer é orientar a vida segundo o sentido de sua existência pessoal. De todo modo, o amadurecimento na vida adulta envolve a capacidade de autogoverno, aceitação das limitações, responsabilidade, independência e autoconfiança. O mundo adulto, apesar de ser sentido quase como um processo natural, demanda coragem para "atravessar a estrada" da proteção e idealização da infância para a autonomia e desafios da maturidade.

Como um período cronologicamente longo, a vida adulta pode ser delimitada em outras fases, como a juventude, a vida adulta média e a vida adulta tardia. Em cada uma destas fases fatores sociais, culturais, políticos e econômicos influenciam os comportamentos característicos. Basicamente, em nossa cultura os principais aspectos envolvidos no mundo adulto são a busca pelo autossustento e independência, a carreira profissional, o progresso e auge das estruturas morais e intelectuais, a saída do lar, a vida matrimonial e a constituição de novas famílias, entre outras mudanças. Para Erikson a problemática central da vida adulta é a conquista da intimidade, visto que com o desenvolvimento adequado o adulto possuirá uma identidade pessoal preparada para o vínculo de intimidade com os demais.

Psicologicamente, o adulto atravessa por momentos de avaliação do projeto de vida. Neste momento, o ímpeto juvenil vai sendo substituído por sentimentos e planos mais estáveis. A experiência pode ser considerada um fator de grande importância na transição para a vida adulta, visto que é através dela que se obtém os recursos necessários para a estruturação física, psicológica e social.

Referências: GRIFFA, M. C. Chaves para a psicologia do desenvolvimento. Tomo 2: adolescência, vida adulta e velhice. São Paulo: Paulinas, 2011.

Autora: psicologia.com.br/colunista/15/" target="_blank">Stéfany Bruna