Nesta semana ministrando a disciplina de psicologia para acadêmicos da Pedagogia, meus alunos relataram um fato intrigante: Pais, que com a chegada das férias escolares, começam a ligar nas instituições de ensino questionando o que eles vão fazer com suas crianças.

Neste momento entra mais uma vez em embate a relação entre família e escola. Nesta relação o jogo de "empurra-empurra" das responsabilidades acabem prejudicando a parte mais importante deste processo: a criança!

A escola, como instância formativa, porém não a única, deve compreender o limite de seu papel e de sua responsabilidade junto às crianças. Por outro lado, os pais, sem os devidos esclarecimentos, podem confundir este papel e atribuir à escola a responsabilidade de cuidado contínuo dos seus filhos. Muitas vezes, esta confusão por parte dos pais é reforçada por uma desresponsabilização e consequente terceirização da criação dos filhos, onde é mais fácil passar para o outro a "missão" de educar a criança. Em outros casos deve-se também considerar a rotina de trabalho dos pais que acabam se vendo sem alternativas.

Sendo assim, apesar das dificuldades enfrentadas, os pais precisam entender e respeitar os limites do papel da escola. Filhos demandam tempo! Se as condições financeiras não têm possibilitado uma carga horária menor de trabalho é dever e função dos pais pensar em alternativas para que esse tempo de férias seja aproveitado pelas crianças e ao mesmo tempo seja adequado à rotina de cada família. Assim, talvez emerjam algumas alternativas, tais como, levar a criança para ficar com um familiar que esteja com mais disponibilidade de tempo, procurar colônias de férias em centros comunitários, igreja, clubes...

Enfim, desejamos que nestas férias que se aproximam cada família possa encontrar suas próprias alternativas, fazendo com que este período seja o melhor possível para todos!

Por Stéfany Brito

Fonte: Criança em Questão