Muitas pessoas se confundem na hora de escolher entre o psicólogo e o psiquiatra, acreditando que, por ambos profissionais trabalharem com saúde mental, possuem a mesma função. Mas não é assim! Por isso, é de extrema importância falarmos sobre esses dois trabalhos, que embora caminhem juntos, são distintos. Quem explica melhor esse tema para a gente é a psicóloga Maitê Hammoud.

Para começar, vale fundamentar alguns detalhes sobre a formação destes profissionais:

1) O psicólogo gradua-se em psicologia, estudando alguns aspectos da saúde física, mas se aprofundando nos aspectos da mente e no funcionamento psíquico, que abrange tanto o campo emocional, como comportamentos, relações interpessoais, entre outros.

2) O psiquiatra é médico e, após concluir a graduação de medicina, realiza sua residência em psiquiatria, tendo repertório para avaliar a saúde física como um todo, grau e intensidade de sintomas, realizando diagnósticos e estando apto a prescrever medicamentos ou fornecer atestados de afastamento, caso acredite ser necessário para a melhora do caso clínico que o paciente apresenta.

Acompanhamento

O acompanhamento psicológico prevê encontros semanais, normalmente com duração de 50 minutos e terá como foco principal ser um facilitador do processo de autoconhecimento, fortalecimento emocional, reflexão para tomada de decisões. Concede apoio e acolhimento, podendo contribuir para o tratamento da natureza de alguns sintomas.

O acompanhamento psiquiátrico será realizado semanalmente, quinzenalmente ou mensalmente, quem determinará a frequência das consultas será o médico que avaliará caso a caso a necessidade do paciente. A partir de uma avaliação diagnóstica, poderá prescrever medicamentos para minimizar a intensidade dos sintomas apresentados a curto prazo. Os objetivos desse tipo de acompanhamento são a avaliação da melhora ou estabilidade do quadro clínico, a alteração de medicamentos, etc.

Quando devo procurar um destes profissionais?

Para diversas queixas, qualquer um destes profissionais poderá ser procurado, ambos estarão aptos a fazer orientações do direcionamento do tratamento. Mas, basicamente, o médico psiquiatra deve ser procurado inicialmente quando as queixas estão vinculadas principalmente a sintomas físicos tais como:

* taquicardia, sudorese, preocupação excessiva (relacionados à ansiedade),

* perturbações no sono,

* choro recorrente, baixa autoestima, fadiga, desmotivação (relacionados a depressão),

* sentimento de vazio, pensamentos suicidas,

* alterações na alimentação (diminuição ou aumento de apetite),

* alucinações (visuais, auditivas ou olfativas),

* delírios ou labilidade emocional.

O psicólogo deve ser procurado principalmente quando as queixas estão vinculadas a problemas emocionais, como por exemplo:

* perdas (sejam elas de um relacionamento, um ente querido ou emprego),

* traumas recentes ou do passado (assalto, sequestro, acidente, desastres naturais, violência),

* sensação de paralisia para tomada de decisões (mudança de emprego, término de relacionamento, escolha profissional),

* conflitos (familiares, relacionados a orientação sexual),

* dificuldades nos relacionamentos interpessoais (timidez, baixa autoestima).

Vale ressaltar que a mente e o corpo funcionam em parceria, sendo necessário, em muitos casos, tanto o acompanhamento psicológico como psiquiátrico. Da mesma forma que o psiquiatra não substitui o psicólogo, o psicólogo não substitui o psiquiatra, havendo a necessidade de conciliar ambos os tratamentos para beneficiar tanto a saúde física como mental.

É imprescindível o tratamento multidisciplinar de ambos os profissionais nos casos de:

- depressão,

- ansiedade,

- fobia,

- transtorno obsessivo compulsivo,

- transtornos de humor,

- transtornos de personalidade,

- transtornos alimentares (compulsão, anorexia ou bulimia).

Em casos como os citados acima, existem prejuízos tanto nos aspectos físicos, quanto psíquicos.

Fonte: Mundo Psicólogos

Fonte da Imagem: Google