Um estudo com mais de 700 mil mulheres revelou que casos de depressão pós-parto (PPD) estão diretamente associados à presença de altas concentrações de açúcar no sangue durante a gravidez. Essa condição, conhecida como diabetes gestacional, não tem relação com o diabetes comum e atinge cerca de 4% das gestações. Apesar dos sintomas discretos, ela pode aumentar o risco de pré-eclâmpsia e tornar o bebê mais propenso a desenvolver sobrepeso e diabetes do tipo 2 no futuro.

A conclusão é de uma equipe de pesquisadores da Escola Icahn de Medicina, sediada em Nova York, nos Estados Unidos. Esse não foi o único fator de risco analisado. Em mulheres com histórico prévio de depressão, diabetes pré-gestacional e parto prematuro também foram bons indicadores de PPD. Entre mulheres sem histórico de problemas psicológicos, por outro lado, o parto por cesárea e a idade foram determinantes: mães mais novas que precisaram de intervenção cirúrgica têm maior tendência a sofrer do problema.

"Há um motivo para os médicos sempre perguntarem se você fuma. Eles sabem que fumantes tem 20 vezes mais chances de ter um câncer", explicou Michael Silverman, psiquiatra responsável pelo estudo, ao EurekAlert! "Agora, ginecologistas e obstetras podem fazer o mesmo com histórico de depressão, e intervir antes do bebê nascer."

Esse é mais um passo no esforço de descobrir as causas do problema. Em maio do ano passado, a Apple lançou o aplicativo ResearchKit, que, entre outras funções, fica de olho em mulheres com bebês recém-nascidos e coleta dados sobre os sintomas de depressão para melhorar a pesquisa científica. Os médicos responsáveis pelo estudo, porém, afirmam que o diagnóstico de PPD com base em sintomas tende a superestimar o número de vítimas, e só levaram em conta casos clínicos confirmados de um banco de dados na Suécia.

Fonte: Super Interessante

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