Quando pensamos em amores que não são saudáveis, é comum que a primeira coisa que venha à cabeça seja uma relação de casal. Isso porque, na maioria das ocasiões, a definição de amor está inconscientemente atrelada à relação a dois. No entanto, essa não é a única forma.

Amores não saudáveis podem existir e afetar as relações familiares (pais, irmão, filhos, etc.), assim como a convivência com amigos. É importante ser capaz de identificar quando as relações estão desequilibradas, já que, o impacto na vida da pessoa é na maioria dos casos negativos, e tende a ir se agravando com o tempo.

Amor entre pais e filhos

É comum afirmar que o amor entre país e filhos é incondicional, que supera qualquer barreira e obstáculo na vida. Seria sempre sim? Haveria a possibilidade de haver um amor patológico nesse tipo de relação?

Para quem tem dúvida, a resposta é sim! Inclusive, isso pode ser notado ao ser analisar sinais do dia a dia:

1) Quando os defeitos do filho são ignorados

Pais que agem como se os filhos fossem perfeitos costumam criar um amor não saudável. Geralmente agem como se a criança fosse a mais bonita, a mais inteligente, a mais caridosa, etc.

É preciso lembrar que todos têm defeitos, e os pais devem se centrar em descobrir quais são os dos seus filhos. Isso ajuda a desenvolver uma relação mais saudável, na qual a educação e o desenvolvimento ocorrerão de maneira mais natural, o que terá um impacto positivo no futuro da criança.

2) Excesso de exigência

Este já seria o polo oposto. Ver somente os defeitos da criança, castigá-la em excesso ou fazê-la acreditar que somente faz coisas erradas provoca uma relação familiar difícil e tensa. A criança tende a se distanciar dos pais e sofrer com a baixa autoestima.

Fazer com que os filhos busquem a superação é algo positivo, mas desde que haja motivação, confiança e ensinamentos ao longo do processo de desenvolvimento.

3) Igualdade na relação

Os pais necessitam manter a hierarquia na relação. É fundamental contar com a confiança dos filhos, porém, isso não pode ser exagerado ao ponto de se criar uma relação de coleguismo ou igualdade. Haverá momentos em que não poderá haver uma conversa como se ambos fossem os melhores amigos, por mais que haja uma proximidade. Isso porque há temas que são reservados para outros âmbitos, os quais não são de nível familiar.

4) Relação de estranhos

Há pais que se queixam que os filhos usam a casa como se fosse um hotel, que vêm dormir, comer e se vão. Não há interação, comunicação e, muito menos confiança. Em situações assim, é importante fazer uma autocrítica e tentar encontrar os pontos que estão motivando esse tipo de comportamento.

Em alguns momentos, as exigências são excessivas e criam uma relação de estranhos entre pais e filhos.

Manter um diálogo no dia a dia é importante, perguntando ao filho como foi seu dia ou como está se sentindo, por exemplo. Ainda é fundamental aproveitar momentos de ócio para fazer programas que criem proximidade na relação.

5) Medir a intensidade das tarefas

São patológicas as situações nas quais a criança passa a fazer mais tarefas do que o indicado para a idade, assim como quando não fazem nada. Os filhos têm que entender o valor das coisas, entender que nada vem de graça, que é preciso batalhar para se obter os êxitos.

Fomentar valores como o esforço e o trabalho ajudam na formação de um adulto responsável. No entanto, é preciso ter cuidado para não sobrecarregar o filho, lembrando que ele ainda é uma criança.

Amor fraternal

O amor entre irmãos ou entre amigos também pode ser tornar patológico e criar uma relação não saudável. Veja como fazer para detectar situações assim:

1) Inveja ou ciúme

Em algumas situações, ao invés de valorizar o amor e a parceria existente, muitos focam mais em sentir raiva e ciúmes ao ver o amigo se relacionando com outras pessoas. Já entre irmãos, o ciúme mais comum é fruto da diferença na hora de receber carinho e cuidados por parte dos pais. Também quando existe um êxito alheio e o foco se torna a comparação.

É importante centrar a vida nos próprios êxitos e buscar a superação pessoal, ao invés de culpar e invejar a outra pessoa. Do mesmo modo, é positivo valorizar a relação existente no âmbito familiar e, ao se sentir que isso não é suficiente, o diálogo é o melhor caminho.

2) Competição

Quando a meta é querer estar por cima de amigos ou irmãos, é um claro indício de que algo não está indo bem, e que esta é uma relação não saudável.

As relações entre amigos e irmãos devem ser igualitárias. Do contrário, nunca haverá equilíbrio.

É importante pensar nos desafios pessoais como uma forma de autossatisfação, e não como uma maneira de causar a inveja dos demais. Manter o foco em si mesmo faz com que a autoestima melhore e deixe de estar relacionada com as conquistas dos que estão ao redor.

3) Falta de intimidade ou intimidade excessiva

É prejudicial tanto a relação superficial como a aquela em que há intimidade em excesso. Entre irmãos, se não há comunicação, se perde uma parte fundamental da relação fraternal, um ombro onde se apoiar e compartilhar momentos importantes. No entanto, o excesso de intimidade pode fazer com que não se vejam os desequilíbrios e possíveis abusos, o que também pode ser nocivo.

Como explicam psicólogos, é importante buscar o equilíbrio nas relações, e isso vale também quando se fala em amigos. Trocar informações sobre a vida e manter uma relação estreita é fundamental, mas sem que os horizontes para outras vivências sejam fechados.

Fonte: Mundo Psicólogos

Fonte da imagem: Google