Mona Lisa da pintura homônima de Leonardo da Vinci(1452–1519) não está olhando para você, defende um novo estudo.
Por muitos anos acreditou-se que a "Gioconda" olha de volta para qualquer pessoa que a esteja vendo, independente da posição em que o observador está. Esta "lenda científica" foi encerrada por uma pesquisa publicada no períodico i-Perception.

Os alemães Gernot Horstmann e Sebastian Loth, ambos pesquisadores do departamento de psicologia cognitiva da Universidade de Bielefeld, defendem que de fato existe a impressão de que um personagem de pintura pode estar nos encarando, mas não é o caso de Mona Lisa.

Os dois fizeram enquadramentos de tamanhos variados do rosto da Gioconda até terem em mãos 15 recortes em que apenas os olhos e o nariz da mulher ficaram visíveis. As imagens foram mostradas para 24 participantes do estudo e, em seguida, os pesquisadores pediram que eles apontassem a direção do olhar. Na média, os voluntários disseram que Mona Lisa olhava no sentido da mão direita deles, em um ângulo de 15.4°.

Horstmann, que é especialista em movimento dos olhos e atenção, contou à Newsweekque o "efeito Mona Lisa", portanto, nada mais é do que um equívoco. "[Isso] ilustra um intenso desejo de ser olhado e ser o centro das atenções de outra pessoa — ser relevante para ela, mesmo que você nem sequer a conheça", explicou.

Embora observadores possam ter a impressão de que estão sendo observados de volta, o rosto na pintura do século 16 tem o olhar dirigido um pouquinho à lateral.

O coautor do estudo disse à revista que isso foi percebido como se a pessoa retratada estivesse olhando para sua orelha, o que corresponde a mais ou menos 5° de uma distância normal de observação. "Mas, conforme o ângulo aumenta, você não teria a impressão de ser olhado", afirmou.

Além de encerrar o mito do "efeito Monsa Lisa", a pesquisa feita pela dupla é uma mão-na-roda para designers de indústrias como a de games, já que esses profissionais desenvolvem avatares para ambientes digitais. Neste caso, o olhar pode ajudar os jogadores a compreenderem melhor seus avatares.

"Usando o olhar, o agente virtual pode expressar sua atenção e pode apontar para objetos que são ou serão relevantes em missões — bem como um humano", explicou.


Fonte de texto: revistagalileu.globo.com

Fonte de imagem revistagalileu.globo.com