Insatisfação da imagem corporal masculina em Universitários do Curso de Educação Física

Na contemporaneidade, é eminente o esforço para obtenção de um corpo perfeito, do qual o campo de profissionais da área de educação física que trabalham com e "por" essa imagem corporal vêm crescendo rapidamente. Contudo, é essencial que os futuros profissionais estejam satisfeitos com sua própria imagem para ser capaz de ajudar o outros no decorrer da sua prática acadêmica com os estágios curriculares e na sua inserção no mercado de trabalho.

Nos dias de hoje, temas como culto ao corpo, magreza excessiva, ganho de massa muscular, corpos "malhados", esculpidos vêm se tornando o objeto de desejo dos jovens que se encontram no período de questionamento acerca dos seus valores, crenças, autonomia e a definição dos limites da influência parental.
A imagem corporal é determinada como o entendimento mental da aparência física e das respostas emocionais referentes ao tamanho, aparência e forma do corpo. Surgindo vários fatores que possa influenciar um desenvolvimento de uma imagem corporal de modo distorcido, tendo como principal influência o círculo social que o indivíduo faz parte, podendo ser destacado os julgamentos dos outros sobre sua figura física e os fatores emocionais.

Consequentemente, a compreensão da imagem corporal surge em diferentes estágios da vida com representações mentais e sentimentais sobre o corpo. No momento atual, se criou a visão que a imagem corporal é determinada por um padrão imposto pela mídia e a sociedade onde se o indivíduo não se enquadrar se sente inferiorizado.

Por consequência, o corpo masculino vem sendo valorizado como foco da atenção do marketing esportivo, onde costumam reconhecer o corpo musculoso como referência indicativa de masculinidade, comprovando o ideal de força está aliada a virilidade.

Deste modo, o consumo de produtos e procedimentos estéticos cresce de modo rápido, no sentido de suprimir e restaurar o que é considerado como imperfeito. Assim, aumenta as despesas com equipamentos esportivos, alimentos proteicos, academias de ginásticas, cirurgias plásticas entre outros. Dessa forma, os estudantes universitários do curso de educação física, comumente estão com atenção voltada a um estereótipo de corpo escultural e hábitos de uma alimentação saudável, podendo levar indícios de insatisfação da imagem corporal, onde muitas vezes a rotina acadêmica acaba favorecendo a adesão de hábitos não saudáveis no decorrer da graduação.

Desta maneira, a aflição com a imagem corporal e a busca por um modelo de corpo ideal, provoca mudanças alimentares, atividades físicas abusivas, uso excessivo de suplementação entre outros métodos para manutenção e transformação da forma física. Onde quando estas buscas supracitas se tornam obsessivas passando a comprometer o equilíbrio da cognitivo, afetivo e comportamental, podendo gerar quadros psicopatológicos ou psiquiátricos.

Portanto, o futuro educador físico deve estar informado sobre questões biológicas e sociais que envolvem seu trabalho, além de ter consciência do poder que a mídia tem na modernidade, compreendendo e sabendo orientar de forma consciente sobre a importância da manutenção de uma vida equilibrada.

Autora: Mara Dantas Pereira

Graduanda em psicologia pela Universidade Tiradentes – UNIT, Aracaju/SE – Brasil.

E-mail: maradantaspereira@gmail.com

Referências

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Fonte de imagem: news.gympass.com