Na área da psicologia diversas síndromes existentes na condição humana já foram identificadas, no entanto grande parte das pessoas sentem os sintomas de uma síndrome, mas, não sabem do que se trata. É o que acontece com diversas pessoas que possuem a síndrome do pânico, por exemplo. Se trata de uma condição associada a crises repentinas de ansiedade aguda, marcadas por muito medo e desespero, associadas a sintomas físicos e emocionais aterrorizantes.


Também chamada de ansiedade paroxística episódica, a síndrome ou transtorno do pânico é uma doença que se caracteriza pela ocorrência repentina, inesperada e de certa forma inexplicável de crises de ansiedade aguda marcadas por muito medo e desespero, associadas a sintomas físicos e emocionais aterrorizantes, que atingem sua intensidade máxima em até 10 minutos. Durante o ataque de pânico, em geral de curta duração, a pessoa experimenta a nítida sensação de que vai morrer, ou de que perdeu o controle sobre si mesma e vai enlouquecer.

Não há idade especifica para que a primeira crise de pânico ocorra, mas, geralmente se manifesta na adolescência ou no início da idade adulta, aparentemente sem motivo. O momento de crise pode acontecer, de forma aleatória, várias vezes no mesmo dia ou demorar semanas, meses ou até anos para surgir novamente. É possível ocorrer também durante o sono.

O fato de não saber ou não ter ideia de quando, ou se, a crise vai acontecer, gera sensação de tensão e ansiedade antecipatórias propício ao desenvolvimento de outras fobias. A mais comum é a agorafobia, distúrbio da ansiedade marcado pelo temor de encontrar-se em espaços abertos com muita gente ou em lugares fechados, dos quais o portador da síndrome não possa sair se tiver um ataque de pânico.

De maneira geral o transtorno do pânico atinge mais as mulheres do que os homens. Essa frequência maior no sexo feminino se dá devido à sensibilização das estruturas cerebrais pela flutuação hormonal, visto que a incidência de pânico aumenta no período fértil da vida.

Quais são os sintomas da síndrome de pânico?


A crise de pânico inicia de repente e manifesta pelo menos quatro dos seguintes sintomas:

Medo de morrer;

Medo de perder o controle e enlouquecer;

Despersonalização (impressão de desligamento do mundo exterior, como se a pessoa estivesse vivendo um sonho) e desrealização (distorção na visão de mundo e de si mesmo que impede diferenciar a realidade da fantasia);

Dor e/ou desconforto no peito que podem ser confundidos com os sinais do infarto;

Palpitações e taquicardia;

Sensação de falta de ar e de sufocamento;

Sudorese;

Náusea;

Desconforto abdominal;

Tontura ou vertigem;

Ondas de calor e calafrios;

Adormecimento e formigamentos;

Tremores, abalos e estremecimentos.

Com frequência, portadores da síndrome do pânico apresentam quadros de depressão. Em alguns casos, alguns buscam no alcoolismo uma saída para aliviar as crises de ansiedade.

O que causa a síndrome do pânico?


As causas para ter o transtorno do pânico ainda não foram perfeitamente esclarecidas, porém, acredita-se que fatores genéticos e ambientais, estresse acentuado, uso abusivo de certos medicamentos (anfetaminas, por exemplo), drogas e álcool possam estar envolvidos.

Como é o diagnóstico da síndrome do pânico?


O diagnóstico do transtorno do pânico obedece a critérios definidos no DSM V, o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. Uma crise isolada ou uma reação de medo intenso diante de ameaças reais não constituem eventos suficientes para o diagnóstico da doença. As crises precisam ser recorrentes e provocar modificações no comportamento que interferem negativamente no estilo de vida dos pacientes.

É muito importante estabelecer o diagnóstico diferencial com outras doenças que apresentam sintomas semelhantes, tais como ataques cardíacos, hipertireoidismo, hipoglicemia e epilepsia, por exemplo.

Qual o tratamento para a síndrome do pânico?


O tratamento inclui a prescrição de medicamentos antidepressivos (tricíclicos ou de nova geração) e psicoterapia, especialmente a terapia cognitivo-comportamental, que utiliza a exposição a situações que provocam pânico de forma sistemática, gradual, controlada e progressiva, até que ocorra a dessensibilização diante do agente agressor.

Geralmente, a medicação precisa ser mantida por períodos mais longos e descontinuada progressivamente por causa do risco de recaídas.

Recomendações sobre a síndrome do pânico?


Um dos sintomas físicos da doença pode ser confundido com sinais característicos de infarto, caso se descarte uma ocorrência cardíaca, o transtorno pode ser uma suspeita;

Pratique exercícios físicos. Algumas das sensações que eles provocam são semelhantes às da síndrome do pânico como batimentos cardíacos acelerados e sudorese –, mas em um contexto agradável, que ajuda a tirar a identificação negativa;

Não se automedique nem recorra ao consumo do álcool ou de outras drogas para aliviar os sintomas. Em vez de resolver um problema, você estará criando outros;

Procure assistência médica. O transtorno do pânico é uma doença como tantas outras. Quanto antes for diagnosticada, melhor será a resposta ao tratamento.

Dúvidas frequentes


Como ajudar alguém que está tendo um ataque de pânico?


Umas das principais armas para ajudar quem está passando por uma crise de pânico é controlar a respiração. Oriente-a se concentrar na respiração e a respirar mais lentamente;

Pergunte se ela toma algum medicamento para crises agudas de pânico (em caso positivo, você pode ajudá-la a tomar nessa hora);

Se possível, leve-a para um ambiente mais calmo e tranquilo;

Mude o foco dela para o momento presente (uma dica é focar em objetos que ela pode ver e tocar);

Converse de maneira acolhedora e jamais minimize o sofrimento dela. Não diga coisas como "isso só está na sua cabeça", e sim frases como "eu sei que você está aflito, mas vai passar, eu estou aqui com você e vou te ajudar". Especialmente se for o primeiro ataque de pânico, é importante buscar atendimento médico.

É possível prevenir um ataque de pânico?


Sim, existem medicamentos que podem ser utilizados antes de situações que normalmente geram desespero no paciente com síndrome do pânico. Por exemplo, se você sente pânico sempre que precisa viajar de avião, pode tomar um remédio antes de embarcar para evitar a crise. Mas é importante seguir sempre a recomendação médica.

Como diferenciar um ataque de pânico de um ataque cardíaco?


Tanto o ataque de pânico quanto o ataque cardíaco podem provocar dor no peito, taquicardia, faltar de ar, náuseas e sudorese, entre outros sintomas. Mas apesar das características semelhantes, existem diferenças. No ataque cardíaco, a pessoa geralmente sente uma dor opressiva na região do tórax que pode irradiar para mandíbula, ombros ou braços, sendo mais frequente do lado esquerdo, além de ardor no peito que pode ser confundido com azia.

Já no ataque de pânico, as dores podem se espalhar pelo tórax e pescoço, mas não provocam a sensação de pressão. Além disso, o paciente sente um desespero muito grande, tem medo de morrer e a visão da realidade distorcida, não conseguindo diferenciar o que é ou não real. Também pode haver sinais como sensação de sufocamento, tontura ou vertigem e ondas de calor e calafrios, menos frequentes em caso de infarto.

Quanto tempo dura o tratamento da síndrome do pânico?


Geralmente, o tratamento dura entre 6 meses e 1 ano. Os benefícios demoram algumas semanas para aparecer, mas sentir melhora não deve ser justificativa para interromper o tratamento, pois o risco de voltar a ter os sintomas é grande. As crises podem voltar mesmo depois de muitos anos. Parar o tratamento só é indicado mediante indicação dos especialistas que acompanham o caso.

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Fonte: Drauzio Varella

Imagem: Freepik