Alguns dias do calendário anual não servem para celebração mas para reflexão ou conscientização sobre certos momentos da vida. É o caso dia Nacional do Luto, celebrado neste mês de junho no dia 19. A data é um exemplo de dia que foi instituído para que as pessoas procurem refletir e também lembrar daquelas pessoas que já partiram desta vida.


Quando a questão é o luto ou perda o ser humano tende a não lidar bem já que a morte se trata de algo desconhecido, que não dominamos e que nunca tivemos contato. É por esse motivo que é importante aprender a lidar com as situações de luto.


A morte ao mesmo tempo que é o grande mistério da vida é algo que é previsto a todo ser vivo já que da mesma forma que nascemos também morreremos um dia. O ser humano vive seus dias sem saber qual será o dia, horário e ano da sua própria morte ou qual será a data de falecimento dos seus entes queridos. Também não é possível saber o que acontece após a morte. As dúvidas em relação a morte são diversas, mas, e o luto? Como lidar diante dessa situação de tristeza e angústia?

Causa do luto


De acordo com psicólogos o luto é entendido como uma reação à uma impactante perda. Diferente do que muitos pensam, o luto não está relacionado apenas à morte. As perdas de oportunidades, experiências que não voltam mais, grandes mudanças, fins de relacionamentos, mudanças de emprego e outras situações de rompimentos podem levar ao luto.

Como lidar com o luto assim que ele acontece?


Não há outra forma de lidar com o luto a não ser vivendo. No entanto, estudiosos listam cinco fases no processo da aceitação da morte e da vivência do luto, nas quais, são: a negação, a raiva, a negociação, a depressão e por fim, a aceitação ou a conciliação. A autora de várias obras sobre luto, Kluber-Ross, afirma que essas fases não são necessariamente vividas em subsequência e podem até mesmo acontecer simultaneamente.


Fases do luto


Negação


Fase em que a pessoa ainda não assimila a realidade e alimenta pensamentos de como voltar a situação anterior à perda.

Raiva


Direcionamos a raiva em pessoas envolvidas na situação na busca de um possível culpado pela grande perda. Nesse caso a culpa muitas vezes é voltada para os médicos, familiares, pessoas do convívio ou, nós mesmos. Com isso, a raiva também costuma se manifestar na sensação de culpa.


Negociação


Apesar de ser parecida com a negação, a fase de negociação é o momento em que buscamos uma solução para alterar o que aconteceu. Surgem pensamentos sobre tudo que podíamos ter feito diferente para mudar o rumo da situação.


Depressão


Esse é um estágio difícil em que a dor e a tristeza ficam mais fortes. As sensações de cansaço, desinteresse, desconexão e solidão fazem parte da fase de depressão.

Aceitação


Por mais que a saudade continue existindo a fase de aceitação normalmente vem com uma sensação de paz. Depois de compreender o que aconteceu é possível enxergar novamente perspectivas para a vida.

Como as crianças podem lidar com a dor da perda em uma fase tão prematura?


A psicóloga, Marisa de Abreu Alves, explica o seguinte: "O luto para crianças, embora não possam compreender o significado da morte antes dos três ou quatro anos, eles podem sentir a perda de parentes próximos da mesma forma que os adultos, podem chorar e sentir uma grande angústia. Porém, em crianças, diferentemente dos adultos, as fases do luto podem transcorrer mais rapidamente. Em idade escolar as crianças podem experimentar o sentimento da culpa mais intensamente, podem se sentir responsáveis pela morte de um parente próximo e, dessa forma, necessitar de uma atenção mais especial".

Diante dessa situação a psicóloga esclarece que crianças e adolescentes precisam de um apelo especial em relação as suas necessidades diante do luto. Além disso, os psicólogos recomendam que as crianças e adolescentes estejam presentes na cerimônia funeral.


Quando o luto passa a ser um problema?


Marisa explica que quando pessoas que passam por luto a procura para ter os atendimentos psicológicos elas já passam por um longo período de sofrimento, sendo de um a dois anos, ou então ainda estão em uma das fases do luto.


"Em outras palavras, torna-se um problema, quando a pessoa não entra na fase final do luto, chamada de aceitação ou conciliação que é, resumidamente, desapegar-se da pessoa que morreu e iniciar um novo tempo de vida. É importante ressaltar que na fase de reconciliação o sentimento de perda não desaparece completamente, mas ele é atenuado e as crises de pesar, antes intensas, tornam-se menos frequentes e mais suaves" comenta.


Como os amigos e parentes devem lidar com uma pessoa que passa por luto?


Segundo a psicóloga, frases como: "bola pra frente", "a vida continua", "logo, logo você esquece e parte pra outra" não devem ser ditas. Normalmente, essas frases causam muito irritabilidade para a pessoa que passa pelo luto. A pessoa enlutada pode interpretar que o outro não compreende o tamanho da sua dor.


Nesse sentido, Marisa, esclarece que os amigos e familiares podem ajudar não só com palavras, mas com visitas durante o tempo que a pessoa passa pelo sentimento de dor e angústia. "Bem como podem oferecer-se para ajudar na manutenção da rotina doméstica. Um ombro amigo, compreensivo e mesmo silencioso expressará grande apoio quando as palavras não são suficientes. É importante dar para as pessoas tempo suficiente para se lamentarem, não apressem o ritmo do enlutado, não ignore sua dor, apenas seja um ombro amigo e presente" explica.


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Fonte: Psicólogos Berrini e Psicólogos em São Paulo

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