A Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) é uma abordagem dentro da área da psicologia criada por Aaron Beck a partir das ciências cognitivas. Um de seus pilares teóricos é a ligação entre os pensamentos, as emoções e os comportamentos humanos. Dessa forma, psicólogos que utilizam a TCC têm o objetivo de ajudar o paciente a entender como esses aspectos se integram na sua vida. E, esta abordagem na terapia e a autoestima possuem relação próxima.


O profissional da psicologia que usa a terapia cognitiva comportamental pode ajudar o paciente a desenvolver sua autoestima por meio das técnicas que o levam a entender sua atual situação e a mudar padrões para que sejam mais funcionais.


Uma das primeiras situações que são trabalhadas quando um paciente possui demandas que envolvem a autoestima é a identificação e a desconstrução de suas crenças. Isso porque as crenças são padrões comportamentais que as pessoas adquirem durante sua vida, a partir do que viveram e das suas relações.


Sendo assim, em muitos casos a dificuldade de autoestima está relacionada com vivências complicadas, sejam elas com familiares, amorosas, com os amigos, profissionais, ou outras que desencadearam distorções cognitivas sobre si mesmo. A pessoa pode sentir, por exemplo, que não é capaz de fazer boas amizades ou que não é boa o suficiente no ambiente de trabalho.


Por isso, a terapia pode descontruir as crenças e fazer uma reestruturação cognitiva, ou seja, mudar os padrões de pensamentos para enfraquecer as crenças negativas sobre si e desenvolver uma percepção mais positiva e funcional da própria vida.


Mudança de hábitos ruins


A Terapia Cognitiva Comportamental destaca a ligação entre pensamentos, emoções e comportamentos, e isso também acontece quando o assunto é autoestima e TCC. O psicólogo precisa estar atento aos comportamentos e hábitos que fortalecem as crenças negativas do paciente.

Além de modificar padrões cognitivos, a pessoa que está fazendo terapia precisa identificar hábitos ruins que interferem sua rotina diária. Apesar da rotina se cada um ser particular é necessário entender quais são os comportamentos que podem atrapalhar a autoestima.


Uma boa opção de intervenção é ajudar o paciente a se planejar, fazendo com que ele compreenda o que lhe incomoda e listar de maneira consciente as mudanças que podem ser realizadas. Dessa forma, a pessoa eleva o protagonismo da sua própria vida e muda os hábitos que não são considerados positivos.


Autoconhecimento


O autoconhecimento é o centro de qualquer tratamento terapêutico. A abordagem TCC tem o intuito de ajudar o paciente a se conhecer melhor, descobrindo até mesmo certos aspectos que ele mesmo não percebia. Várias técnicas, como o registro de pensamentos disfuncionais, são eficazes nesse desafio.


Ao longo do tratamento, é possível que o paciente vá entendendo melhor o que está por trás da sua baixa autoestima, como memórias, crenças negativas, relacionamentos disfuncionais, hábitos de autossabotagem, entre outros. Conseguir identificar esses aspectos com o suporte dado pelo psicólogo e da Terapia Cognitiva Comportamental possibilita evoluir muito e ampliar o autoconhecimento da pessoa.


Outro detalhe, é que torna-se viável fazer uma redefinição da autoimagem. Até porque, se o indivíduo descobre que sua autoestima está baseada em padrões negativos, é necessário mudar isso. O psicólogo atua mediando essa redefinição, auxiliando o paciente a ser mais racional e construir sua autoimagem a partir de pensamentos funcionais.


Revisão das relações


Existem relacionamentos que, infelizmente, prejudicam a relação de uma pessoa com ela mesma, e certas situações como desamparo na família, relacionamentos abusivos ou experiências de abuso moral no trabalho podem ser bastante negativas para a autoestima.

Diante desses desafios, muitas pessoas podem não ter recursos para elaborar a situação e superá-la. Em vários casos, os aspectos externos são interpretados internamente e o paciente passa a questionar a própria autoestima, se percebendo de forma negativa a partir do que os outros viram.

A abordagem TCC permite rever as marcas que as relações deixaram e também revisá-las. No processo terapêutico, o paciente pode desenvolver novas formas de estar em seus relacionamentos, fortalecendo sua autoestima e se cercando de pessoas que também façam isso, além de aprender a se proteger das que não ajudam nisso.

Atenção à inteligência emocional


A inteligência emocional trata-se da capacidade de identificar as próprias emoções e lidar com elas de maneira mais controlada, não se deixando levar por estados emocionais e reagindo a eles. Além disso, os psicólogos, principalmente os da Terapia Cognitiva Comportamental, atuam na mediação de seus pacientes com a inteligência emocional. Várias pessoas que procuram a terapia precisam desenvolver suas habilidades nessa área para alcançar uma autoestima melhor e realizar diversos objetivos que ainda não conseguiram.

Uma boa estratégia para o psicoterapeuta é promover exercícios que levem a pessoa a refletir sobre as próprias emoções, por exemplo, solicitando que ela mantenha registros das situações que geram reações emocionais mais fortes. A partir daí, é possível identificar padrões e encará-los com mais inteligência emocional.

Análise de estratégias disfuncionais


Quando o assunto é autoestima e TCC, um dos pontos centrais é conhecer os padrões cognitivos e comportamentais dos pacientes. Normalmente, eles não estão claros para a própria pessoa, que acaba reagindo e repetindo estratégias disfuncionais em diversas situações da vida.

Por exemplo, uma pessoa que viva consequências negativas relacionadas à autoestima na carreira. Pode ser que ela não consiga subir de cargo na empresa ou até desista de compartilhar uma ideia. Se ela tem crenças sobre não ser boa o suficiente, pode ser frequente a estratégia disfuncional de não se destacar nos empregos ou chegar ao ponto de desistir deles. Na terapia, isso será analisado e há a possibilidade de rever as escolhas e as posturas adotadas ao longo do tempo pelo paciente.

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Fonte: Cognitivo

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