A fase da adolescência dos 10 aos 19 anos é o tempo que molda o indivíduo para a vida adulta. Nesta etapa da vida, boa parte dos jovens têm boa saúde mental, mas, certas condições como múltiplas mudanças físicas, emocionais e sociais, incluindo a exposição à pobreza, abuso ou violência, podem prejudicar a saúde mental dos adolescentes. Por isso, é muito importante promover o bem-estar psicológico e protegê-los de experiências adversas e fatores de risco.
No período de adolescência o ideal é que certas ações sejam realizadas com a intenção de desenvolver e manter os hábitos sociais e emocionais, sendo elas: a adoção de padrões de sono saudáveis; exercícios regulares; desenvolvimento de enfrentamento, resolução de problemas e habilidades interpessoais; e aprender a administrar emoções. Ambientes de apoio na família, na escola e na comunidade em geral também são importantes.
Fatores determinantes para a saúde mental
Diversos fatores determinam a saúde mental de um adolescente. Quanto mais expostos aos fatores de risco, maior o potencial impacto na saúde mental de adolescentes. Entre os fatores que favorecem o estresse durante esse momento da vida, estão o desejo de uma maior autonomia, pressão para se conformar com pares, exploração da identidade sexual e maior acesso e uso de tecnologias.
Outro fator determinante é a influência da mídia e as normas de gênero que podem exacerbar a disparidade entre a realidade vivida por um adolescente e suas percepções ou aspirações para o futuro. A qualidade de vida em casa e suas relações com seus pares, a violência incluindo pais severos e bullying, e os problemas socioeconômicos também podem trazer riscos à saúde mental. Crianças e adolescentes são especialmente vulneráveis à violência sexual, que tem uma associação clara com a saúde mental prejudicada.
Como foi mencionado acima, os fatores que podem desencadear os transtornos psicológicos são os mais variados. Esses problemas sociais, emocionais, entre outros podem provocar:
Depressão e distimia
A depressão é um transtorno que afeta muitos adolescentes. A preocupação de se encaixar em um grupo, a baixa autoestima que em diversos casos estão ligados com a acne e os problemas de bullying são apenas algumas das possíveis causas da depressão nesta etapa.
A distimia, diferentemente da depressão, é um transtorno que se caracteriza por ser uma forma leve e ao mesmo tempo crônica de depressão. Estamos falando de períodos de no mínimo dois anos.
O apoio da família será extremamente importante. Sendo assim, os responsáveis não devem ignorar ou rotular dizendo que são "coisas de adolescentes" alguma mudança ou sinal significativo de transtorno mental. Apesar dos adolescentes não se expressarem muito nesta a fase é fundamental estar com os olhos bem abertos e prestar atenção de maneira inteligente.
Transtorno de ansiedade
Pode-se dizer que a ansiedade é um dos transtornos mais recorrentes na adolescência ou até mesmo em outras fases da vida. Diante das expectativas que um adolescente pode ter ou que os outros podem ter sobre ele podem levá-lo a sofrer um forte estresse. De forma semelhante, a preocupação por definir limites ou pelos problemas que possa ter com seus amigos também podem ser uma fonte de pressão.
Os sintomas mais frequentes de que a pessoa passa por ansiedade são a insônia, forte irritabilidade, dores de estômago sem causa aparente e a tensão muscular. Todos esses sinais merecem atenção e devem ser tratados com um especialista. Afinal, é preciso identificar ansiedade para definir o tratamento mais propício para cada caso.
Anorexia, bulimia e transtorno de tração
Os problemas relacionados com a comida são, sem dúvida, os mais conhecidos. Os adolescentes, a partir das críticas em relação ao seu corpo e impulsionados pelos padrões de beleza que a sociedade promove, costumam lançar o olhar sobre o que comem. É na alimentação que procuram ganhar o controle sobre o seu peso.
Entretanto, o problema não procede necessariamente desta atitude, mas sim do fato de que os adolescentes costumam adotar medidas sem consultar ninguém. Com frequência estas medidas são muito restritivas, são aplicadas como forma de castigo ou como forma de apaziguar a ansiedade, e podem ter consequências desastrosas para o seu corpo.
Em algumas ocasiões, estes transtornos também são a manifestação de um problema maior. Por exemplo, um trauma da infância que levou o adolescente a se sentir culpado, mal consigo mesmo, e a se prejudicar desta forma. Por isso, é muito comum que estes transtornos apresentem condutas de autolesão.
Nestas situações, o mais recomendado é não se mostrar agressivo com o adolescente, pois, o fato de trata-lo de forma tranquila será fundamental para procurar ajuda e solucionar esta conduta tão negativa que está realizando. Às vezes os pais podem se sentir frustrados e isto pode levá-los a perder o controle. Contudo, é necessário manter a calma e, principalmente, buscar ajuda profissional.
Fobia social
Considerado outro transtorno comum na adolescência. A fobia social pertence ao grupo dos transtornos de ansiedade, mas neste caso os sintomas se desencadeiam quando o adolescente se encontra em um contexto social ou quando antecipa que irá se encontrar em tal contexto. Interagir com pessoas desconhecidas ou ter que ir a um lugar cheio de pessoas pode ser algo complicado para eles.
Por isso, é comum que na etapa da adolescência muitos jovens fiquem reclusos em suas casas. As inseguranças, os problemas com o corpo, o bullying escolar e a necessidade de ser aceito podem provocar a fobia social. Alguns sintomas presentes dessa fobia são: taquicardia, angústia e as dificuldades para respirar.
Transtorno antissocial e negativista desafiador
O adolescente rouba? Usa violência com pessoas e animais? É fácil para as pessoas que não são especialistas no assunto confundirem o transtorno antissocial/negativista desafiador com um problema natural da adolescência, contudo, este tipo de conduta pode ser um sintoma de um problema incipiente de maior grau.
O fato de não obedecer aos adultos, não acatar as normas, roubar e permanecer muito tempo irritado são alguns sinais que podem nos indicar a presença de um transtorno. Os jovens parecem não respeitar nada, agem sem pensar, são muito impulsivos e não consideram a integridade dos outros. Se é somente um período complicado ou alguma coisa além disso, a melhor atitude para saber do que se trata é consultar um especialista.
Se você atua na área da psicologia e deseja aprimorar seu conhecimento para melhor atender os adolescentes assim como a família de modo geral, saiba que o Instituto Monte Pascoal possui uma pós-graduação com ementa completa para você se tornar um (a) especialista no assunto. Conheça e se matricule na especialização em Terapia Cognitiva Comportamental. Se torne um profissional de referência no mercado de trabalho.
Fonte: Organização Pan-Americana da Saúde e A mente é maravilhosa
Imagem: 123RF
