Toda pessoa com certeza já esqueceu algo pelo menos uma vez na vida, seja a chave do carro, a carteira, um documento importante, entre outras coisas. Mas, a realidade é que o cérebro humano não consegue armazenar a longo prazo toda a nossa memória, o que contribui para os esquecimentos que podem surgir no dia. Por isso, quando o assunto é esquecimento e lapsos de memória é importante observar qual é a dificuldade apresentada e com qual frequência ela aparece.


Esquecimentos eventuais, principalmente em momentos de muito cansaço ou estresse emocional, costumam ser aceitáveis. No entanto, quando há comprometimento das atividades de vida diária, com queda no rendimento e performance no trabalho e no ambiente acadêmico, faz-se necessário uma avaliação profissional. Nesta perspectiva, a pessoas precisam estar atentas sobre como estão seu estado emocional e de saúde, pois, alguns fatores podem influenciar o esquecimento e os lapsos de memória, tais como:

- Ansiedade e estresse


A ansiedade é a causa mais frequente de perda de memória em qualquer fase da vida, mas em especial, nos jovens. A explicação para esta situação é que em momentos de ansiedade, várias áreas do cérebro são ativadas provocando o aumento da atenção e hipervigilância a estímulos ameaçadores, fazendo com que ocorra lapsos de memória por desatenção e falta de concentração.


Por essa razão, alguns estudantes acabam tendo uma perda de memória repentina em apresentações orais, provas de vestibular, concurso ou depois de passar por uma situação de muito estresse.

Alguns estudos científicos vêm apontando que os momentos de estresse crônico levam à liberação excessiva do hormônio cortisol. Isso pode prejudicar a memória a curto prazo ou até mesmo causar a atrofia de regiões do cérebro que são associados ao armazenamento de informações.

- Depressão


Os problemas de memória, normalmente, estão relacionados a depressão porque há redução de neurotransmissores essenciais para as funções cognitivas, como a serotonina, dopamina e noradrenalina. A depressão também pode causar disfunção executiva, como por exemplo, dificuldade no planejamento e realização de tarefas, e déficit de atenção.

Além disso, o déficit na velocidade de processamento das informações costuma ser comum. Pacientes habitualmente queixam-se de estarem mais lentos para realizar as tarefas do dia a dia.

- TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade


Esse distúrbio neuropsiquiátrico costuma ter seu início na infância com a dificuldade de aprendizagem, sendo caracterizado pela tríade de desatenção, impulsividade e hiperatividade. Apesar de geralmente aparecer na infância, cerca de 50% dos pacientes podem ser diagnosticados somente na vida adulta, devido aos sintomas que passam despercebidos ou são negligenciados durante a infância e adolescência.

Em adultos, predominam os sintomas de desatenção, o que resulta em prejuízo tanto na vida pessoal quanto acadêmica e/ou profissional.

Sintomas frequentes desta condição são:

Não escutar quando lhe dirigem a palavra;

Ser facilmente distraído por estímulos externos;

Ser esquecido em relação a atividades cotidianas;

Ter dificuldade para organizar tarefas e atividades;

Perder objetos necessários às tarefas ou atividades;

Evitar, não gostar ou relutar em se envolver em tarefas que exijam esforço mental prolongado. É comum o hábito da procrastinação nesses indivíduos;

Deixar de prestar atenção a detalhes ou cometer erros por descuido em atividades escolares, de trabalho ou durante outras atividades;

Não seguir instruções, e não conseguir terminar tarefas domésticas ou tarefas no local de trabalho.

- Hipotireoidismo


O hipotireoidismo pode estar ligado com perda da memória porque quando esta doença não é tratada adequadamente, causa lentificação do metabolismo e prejudica o funcionamento cerebral. De maneira geral, a perda de memória pelo hipotireoidismo é acompanhada de outros sintomas como sono excessivo, pele seca, unhas e cabelos quebradiços, depressão, dificuldades de concentração e cansaço intenso.

- Privação de sono crônica


Durante o tempo de sono ocorrem muitas funções importantes para o nosso organismo como a regulação das funções endócrinas, restauração da energia e do metabolismo cerebral, a reparação dos tecidos, além da consolidação das memórias.

Nesse sentido, a privação do sono, ou seja, dormir menos de 6 a 8 horas, principalmente quando é algo crônico ou acontece constantemente, pode trazer graves consequências à saúde, como prejuízos à memória e aprendizado, dificuldade em tomar decisões, redução da atenção, alterações do humor e risco de desenvolver doenças psiquiátricas.

- Uso de medicamentos


O uso prolongado e indiscriminado de remédios sedativos, hipnóticos como o zolpidem, ansiolíticos, antidepressivos, relaxantes musculares, anticonvulsivantes e calmantes como rivotril e diazepam podem afetar a memória e causar esquecimentos. Estes sintomas variam de pessoa para pessoa, portanto é sempre importante relatar ao médico os remédios usados caso haja suspeita de alteração da memória.

- Falta de vitamina B12


A falta de vitamina B12 pode ser responsável por causar alterações no funcionamento cerebral, prejudicando a memória e o raciocínio. Esta deficiência de vitamina B12 costuma ser mais frequente em veganos que não fazem acompanhamento nutricional, pessoas com desnutrição, alcoólatras ou aquelas que possuem alterações na capacidade de absorção do estômago, como na cirurgia bariátrica. Isso porque, se trata de uma vitamina que adquirimos através da alimentação equilibrada e, preferencialmente, com carne.

- Uso de drogas


O álcool em excesso e o uso de drogas ilícitas, como maconha e cocaína, além de interferirem no nível de consciência, têm um efeito tóxico sobre os neurônios, o que pode prejudicar as funções do cérebro e a memória.

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Fonte: Neurologica e Tua Saúde

Imagem: 123RF